sábado, 28 de julho de 2007

A respeito de Fair Play e desculpas

O ano era 1960. O jogo, Botafogo e fluminense.Aos 3 minutos do segundo tempo, o zagueiro Pinheiro ao disputar uma bola com Quarentinha, do alvi-negro, sofreu uma séria contusão e caiu em campo. A bola, então, sobrou limpa na ponta direita para Garrincha, com a defesa tricolor toda desprotegida. Para surpresa de todos os presentes ao estádio, o anjo das pernas tortas, com a genialidade e a ingenuidade que sempre o acompanharam dentro dos gramados, tocou a bola para a lateral, para que o companheiro de profissão fosse atendido.Surpreendidos com aquele gesto tão bonito e, até então, inédito, os locutores e comentaristas presentes ao jogo não sabiam o que dizer. O jornalista Mário Filho, eufórico, gritava da cabine:

-- É o Gandhi do futebol! É o Gandhi do futebol!

Muito embora o ETC lembre o Botafogo de 60, com ataques fulminantes comandados pelo grande Mestre, estou, mais do que nunca, a séculos luz de Garrincha. Longe de minha melhor fase - vide os registros da Paulo Francis de 2006, onde marquei dois gols por partida além de dribles desconcertantes nos adversários - não faço menção nem aos chinelos do melhor jogador de todos os tempos. Uma coisa, contudo, não pode ser esquecida: Nunca, na minha história futebolística, deixei de ter Fair Play.Tampouco fui desonesto ou procurei machucar um adversário por maldade. Em mim, a cega ganância da vitória jamais prevaleceu ante a diversão e alegria que o esporte é capaz de despertar nas pessoas.

Seria, contudo, hipocrisia de minha parte afirmar que não me preocupo com a vitória. Obviamente, assim como todos em campo, a busco, mas a diversão e segurança durante o lazer do grande esporte que é o futebol sempre prevaleceu em meus princípios. Para quem ainda não conhece, fundei em 2006 o Perronha's Soccer, onde o ideal do time é a diversão. Freqüentado por muitos estudantes de Jornalismo, o Perronhas ( como é carinhosamente conhecido) funciona há mais de 100 domingos no society bom de bola, em campo grande, onde só joga quem é perna-de-pau, brigão não entra e juiz é desnecessário pois a palavra daqueles envolvidos é a mais importante. Desentendimentos existem, claro, mas todos são resolvidos na conversa. Acredito que o que tenha faltado hoje foi conversa.

Longe de mim afirmar que não fiz falta, claro que as fiz, mas afirmo -sem o medo de ser rechaçado como mentiroso patético- que as realizadas em Davi, dentre outras, não foram propositais. Talvez pelo nervosismo de alcançarmos a liderança isolada, a pressão de estar praticamente como um lateral ao invés de centro-avante, pelas maldições e macumbas que as BAUzetes vociferaram contra mim e minha família ou mesmo por incompetência eu tenha - assim como em outros lances - perdido o tempo da bola, o que acabou acarretando numa sequência de lances descabidos. Portanto, diante de todos da Paulo Francis, admito as faltas em Davi, afirmando, contudo, que as mesmas foram realizadas jamais, e jamais mesmo, por maldade ou de propósito, mas por uma falha de tempo.Como os jogadores do BAU bem devem saber devido a jogos passados, sempre fui o encarregado de marcar a saída do time adversário. Hoje tive a mesma função, sendo que com uma grosseria que não me é típica. Peço humildemente desculpas a Davi e a todo o time do BAU, reconhecendo meu despreparo para os lances e afirmando que tal atitude não foi por maldade mas sim devido a uma incompetência não habitual.

Quanto a história de Garrincha, foi colocada apenas como um adendo. Durante o jogo, após contusão de João Guilherme, solicitei que a bola fosse colocada pra fora o mais rápido possível. Não me gabarei disso pois considero tal atitude uma obrigação e não qualidade.Muito embora tal obrigação seja cada vez mais rara.

Para finalizar , e sem ironias, peço novamente perdão para que possamos seguir a competição sem mágoas e sem essa competitividade tão acirrada - que nem ao longe lembrou a alegria que tínhamos em nossos embates. Quanto a minha reação diante a agressão sofrida, também me desculpo, agora com ironia, afirmando que Davi realmente deve freqüentar uma escolinha de futebol. Eu também, lógico.

Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Bem, aproveitando a ocasião. Quero, em nome do BAU, pedir desculpas a Danilo (Baiano) pela vergonhosa cena apresentada antes do nosso jogo. A princípio, quando vi que seria Danilo a apitar, e vi nosso jogador reclamar, entrei na brincadeira - ou pelo menos era do que eu achava que se tratava - e fui pedir a João Batista para apitar. Depois, fui a um grupo de calouros e pedi para eles escolherem um árbitro, tudo na maior pureza e inocência. Ao retornar ao centro do campo, esperava que o jogo já fosse começar. Ledo engano. Em verdade o que começara era talvez o maior chilique da história da PF. Usando o gancho com Lucas, acho que o Perronhas deveria vir dar umas aulas de Fair Play pra a galera, pois foi isso que assisti nas vezes em que joguei com eles - e agradeço muito os convites e cachorro quente enquanto espero a carona chegar. Eu fiquei, como diria uma amiga, "perplecto" com cena. Por um momento pensei: "Breno está encarnando o personagem, hein? Parece até que tá brigando com Danilo! hahaha"

    Minha mente pueril não conseguia processar aquilo. Fui ao fundo do campo rir da cena junto ao nosso grande goleiro - que se teve culpa pelo primeiro gol, foi a mesma que todos os outros tiveram. Expliquei o ocorrido do jogo anterior a ele e voltei para dessa vez ver meus colegas segurando Breno. Então, devido aos berros impacientes da torcida e à nossa ânsia por jogo, eu e o semi-cubano Rôssef Louis nos dirigimos ao centro do campo e pedimos a bola. Breno, mais calmo, foi retratar-se a Baiano e começamos o jogo sem mais delongas. Sobre o qual nem quero comentar.

    Então, só queria fazer mais uma vez esse pedido de desculpas a Baiano, que diga-se de passagem apitou muito bem ontem, e pedir aos meus colegas de sala e time que parem de tentar estragar a Paulo Francis, pois o clima lá é amigável e não amolgável.

    Abraços e sinceras desculpas,
    Diogo.

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  2. Hipocrisia e simulação. Assim encaro o comentário postado por Lucas.
    Acho que ele foi antiético. Talvez querendo gabar-se, talvez se achando melhor e mais virtuoso que os demais presentes. Não sei. O que tenho certeza é que a ele falta humildade e respeito para com os demais.
    Respeita-me e serás respeitado. Da próxima feita, as coisas podem se complicar. Cuidado para não tornar a hipocrisia um vício. Quando forem se desculpar por um erro – qualquer que seja. Reflitam e não o façam da boca pra fora, apenas para passar uma imagem de ‘boa pinta’.

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  3. oeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
    vai chorar é?

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  4. ei pô, tô brincando. Todo mundo sabe que tu é gente boa e não fez de propósito. desculpas aceitas.

    abraço.

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  5. Ei lucas, depois me empresta a fita dos jogos do Gordinho. Quero aprender aquele estilo de marcação.

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  6. porra! num só tem eu de rafael sotero não, é? merda...

    hahaha

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  7. Também, Como membro executivo da Paulo Francis 2007, gostaria de ressaltar que o surprendente time dos calouros ainda precisa absorver melhor o "espírito fair-play".

    O puxão que princesa Sarah efetuou em Joào Lucas foi algo no mínimo lamentável. Era o último homem. João Lucas poderia marcar o gol da primeira vitória do VTU. O cartão amarelo ficou barato para a estrela do PDF.

    Óbvio que os azeitonas, jogando então de azul, estavào irritados pela anulação de um gol, diga-se de passagem corretamente feita. Porém, nada justifica a perda do bom senso. Toda a CPF espera que lances desse tipo sejam evitados.

    Logo mais estaremos divulgando a tabela da próxima rodada.

    Saudações

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  8. A Direção da CPF também informa que os participantes de cenas, como as observadas na última rodada, serão severamente punidos da próxima feita, doa a quem doer.
    O STJD já está de alerta para julgar imediatamente qualquer tipo de confusão e baderna que possa acontecer no próximo sábado (04/08). A Força Nacional também se prontificou a conter os esquentadinhos.
    Esperamos que todos lembrem que o objetivo da Paulo Francis é antes de tudo promover uma confraternização entre aqueles que fazem o curso de jornalismo. Os brigões e arruaceiros podem ficar cientes de que da próxima vez não seremos tão benevolentes e que serão duramente punidos.

    Copa Paulo Francis 2007
    Secretaria de Comunicação e Relações Exteriores

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