segunda-feira, 30 de junho de 2008

Paulo Francis pelo Mundo



A semana foi marcada pela despedida de um dos maiores ídolos da organização da CPF -Eurico Miranda, eterno presidente do Vasco da Gama, veio a deixar a presidência de seu clube, no que alguns já apontam como uma tentativa de golpismo. Uma vergonha para um homem que dedicou toda sua vida em nome da honestidade e do futebol arte como princípios.

Porém, não estamos aqui pra falar de factóides. Venhamos sim registrar o sucesso da Eurocopa 2008 organizada diretamente pelo nosso Ex-Primeiro Ministro, João Batista Alencar (MAA) e nosso ex -diretor de arbitragem, Danilo Lima ( VTU) que desde o início do ano tiveram suas presenças solicitadas por meu querido Vovô ( João Havelange - pra quem não sabe) e fizeram uma Euro inesquecível. Passes precisos, lances inimagináveis, defesas inacreditáveis, suecas, russas, italianas, romenas, francesas, alemãs, tchecas , e claro, espanholas. O futebol brilhou premiando a Espanha como equipe campeã.

Mais um teste para organização da Copa Paulo Francis. Mais um sucesso. Talento e dedicação dando luz ao futuro luz.

Próximo passo? Após a reunião de cúpula que deve reunir todas as cabeças desses seis anos de CPF estaremos partindo com nossa delegação para monitorar os jogos olímpicos em Beijing.

Fifah

terça-feira, 17 de junho de 2008

Isso é futebol?

Entrevista com Sócrates sobre os rumos do futebol publicada na Revista CartaCapital

http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=1165

Sócrates, ex-craque do Corinthians e da seleção brasileira sempre considerou que seu papel de homem público ia além das quatro linhas. Dono de um estilo elegante em campo, destacou-se como um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana, que lutou contra hábitos autoritários no futebol.

CartaCapital: Houve alguma mudança tática substancial no futebol desde a Copa de 1994?
Sócrates:
Tática, não. Houve uma evolução física dos atletas. O jogo foi ficando mais feio, com maior contato físico, menos tempo para pensar. Ocorreu uma desvalorização do talento, da habilidade. Na verdade, é um esporte em extinção.

CC: Por quê?
Sócrates:
O futebol sempre foi fascinante por não premiar a regularidade, por permitir que um time mais fraco ou menos preparado vença. Onde há espaço para o acaso, o incidente. Mas daqui a pouco, do jeito que as coisas caminham, não será mais assim. Todos serão iguais e nem os “acidentes” ocorrerão mais. Por que, se todo mundo se preparar para o óbvio, os riscos de uma adversidade diminui e o jogo vai ficando mais chato. Hoje em dia, torce-se para o trapezista cair. Raramente vê-se uma jogada de talento, de habilidade. Mas, quando ela ocorre, costuma ser decisiva.

CC: Aumentar o campo ou diminuir o número de jogadores faria diferença?
Sócrates:
Acho que se poderia reduzir o número de jogadores para nove. Mas acho improvável que ocorra essa mudança. Em comparação com os anos 70, quando, acredito, o futebol atingiu o pico de qualidade técnica, houve uma brutal evolução física. Os jogadores, há 30, 40 anos, corriam 4 quilômetros por jogo. Hoje correm mais de 12 quilômetros.

CC: O futebol inglês parece um paradoxo, diante dessa realidade. Melhorou tecnicamente, atrai público e, neste ano, dominou a Copa dos Campeões na Europa. O que acontece lá?
Sócrates:
O futebol inglês fez o percurso que outros tinham feito antes. Era o mais feio, violento e irracional. No fim dos anos 80, mudaram tudo. Tiveram coragem de mexer nas estruturas: nos clubes, no estádios, na polícia. Lá o futebol deixou de ser foco de conflitos e virou casa de espetáculos. Saíram do fundo do poço porque antes não jogavam futebol. É como o São Paulo atual, que parece um time inglês de 30 anos atrás, o cara que cruza a bola 50 vezes por minuto na área. Os ingleses puseram a bola no chão. Por isso são exceção. No continente europeu, está todo mundo caindo. Os italianos foram os primeiros a instituir a idéia do futebol como negócio, mas não conseguiram sustentar essa estrutura. O fluxo de torcedores aos estádios por lá caiu 40% nos últimos anos.

CC: Há algo de especial nessa geração atual do futebol brasileiro?
Sócrates:
O jogador brasileiro é diferente, por princípio. Sempre vai ser especial. Isso tem a ver, entre outras coisas, com a miscigenação, com as fibras longas dos nossos atletas. O maior problema é de formação. Isso está cada dia mais claro, até para quem não entende de futebol. Trabalhamos muito mal a base. Não temos escola de treinadores, não há a menor preocupação com a formação intelectual dos indivíduos. Quanto à qualidade, ela caiu. A responsabilidade é da influência do poder econômico, que seleciona um tipo de jogador mais fácil de ser negociado ao exterior, com certas características que, em geral, não estão relacionadas ao talento. Uma escolha burra, no fim. Tem atleta negociado ao exterior que não sabe dar um passe. Se ficasse um mês na Bahia, garanto que encontraria ao menos uns 20 garotos muito melhores do que a maioria dos titulares dos principais times do Brasil. Por que esses moleques não estão nos gramados? Porque não foram descobertos por quem faz a intermediação. Não se busca mais o jogador diferenciado.

CC: Por falar em diferenciados, ou diferentes, o que se passa com o Ronaldinho Gaúcho?
Sócrates:
Continua tendo o mesmo talento de antes. O que mudou foi a sua relação com o público do Barcelona. Há uma fase em que, como no caso do cantor, tudo que se faz, mesmo os erros, são aplaudidos pelos fãs. Mas o beneplácito acaba quando a paixão acaba. E é muito difícil reconquistar, precisa ter estrutura emocional. Durante dois anos, tudo que o Ronaldinho tentava, dando certo ou errado, era aplaudido. Não que não possa ocorrer novamente, mas hoje ele não tem mais coragem de tentar para não ser criticado. Seu desempenho está muito abaixo do que foi nas últimas temporadas. Acredito que, se lhe derem oportunidade, ele vai fazer as mesmas coisas de antes ou até melhor. Sendo massacrado, ele não vai conseguir manter o nível, que, eventualmente, está mais na fantasia do torcedor do que na sua real habilidade.

CC: E o Fenômeno?
Sócrates:
Desde que o Ronaldo foi para a Holanda, colocaram uma sobrecarga muito grande sobre ele. Basta ver a sua massa muscular de quando jogava no Cruzeiro e depois de ir para a Europa. Aí não tem ligamento que agüente. Quando o Ronaldo fez a primeira cirurgia do tendão, um especialista, de quem não posso citar o nome, por questões profissionais, contou-me que o outro tendão já estava na mesma situação. Ou seja, era uma questão de tempo estourar também. E foi o que aconteceu. Acabaram com a estrutura física dele. É um típico caso de absurda exploração de imagem. Acabaram com o atleta, com o artista, com o ser humano.

CC: De volta ao assunto da formação dos atletas: há alguma iniciativa pública relevante?
Sócrates:
Ninguém quer discutir isso. Todo jogador de futebol tinha de ter, no mínimo, nível médio de educação. Para o moleque nascido na periferia, uma das poucas possibilidades de ascensão social no Brasil é virar jogador de futebol. Se o ídolo dele, se o cara que ele ouve sempre, nunca se preocupou com isso, nunca estudou, por que ele vai estudar? O garoto descarta de cara. Só que, dos milhares que sonham em virar profissional, uma centena, e olhe lá, consegue. E o resto? Na verdade, estamos estimulando a marginalização de boa parte da população. Porque os jogadores são referência em tudo neste País. Se moralizarmos o futebol, diminuirmos ou chegarmos perto da extinção da corrupção, da manipulação de resultado, vamos mexer em toda a sociedade, pois o futebol é o que unifica o Brasil. Por que um País tão díspar culturalmente nunca teve nenhuma manifestação séria separatista? Como é que o nordestino conversa com o gaúcho? Ele tem de ter uma linguagem uniforme. Eu acho que uma das linguagens mais presentes, mais importantes, é a do futebol. É a única bandeira nacional. Temos de usar esse meio, esse mecanismo, como fator predominante de mudança.

CC: O que acha que deveria ser feito de imediato?
Sócrates:
Primeiro, ter maior participação e controle do Estado. Acho um absurdo a manutenção de uma estrutura que não presta contas ao poder estatal e que mexe com tantos símbolos, como a bandeira, o hino, as cores do País. Nada se move pelo interesse nacional. Diga-me um único gesto de promoção da atividade física, do esporte, patrocinado pela Confederação Brasileira de Futebol, a não ser aquelas enganações de campeonatos de favela? Uma entidade que fatura 80 milhões de dólares por ano e investe 100 mil reais.

CC: O Brasil terá algum ganho com a Copa de 2014?
Sócrates:
Não acredito. Teremos uma festinha de um mês, depois vai sobrar um monte de trambolho que ninguém saberá como manter. Veja o que aconteceu com as instalações do Pan. O estádio Engenhão, que custou mais de 300 milhões de reais, foi alugado ao Botafogo por 29 mil. E o pior: a população, que deveria ser a maior beneficiária, não usa. No caso da Copa de 2014, multiplique por dez as parafernálias do Pan. Vai ser isso. E com dinheiro nosso, não tenha dúvida. Até agora ninguém mexeu uma palha para organizar o evento. Quando chegar 2011, 2012, farão tudo de última hora. Aí fica sem controle, né, de um jeito bem conveniente (risos). Países sérios estariam com tudo planejado. E ainda querem fazer uma Olimpíada aqui.

CC: O Michel Platini (ex-jogador, atual presidente da Uefa) propôs limitar o número de jogadores estrangeiros em times europeus a cinco por jogo. O que pensa a respeito?
Sócrates:
É absurdo um órgão esportivo tentar meter o bico em decisões que cabem a países. Se a Inglaterra decidir não ter nenhum inglês em campo, o problema é da Inglaterra, é política de Estado. O que a Uefa tem a ver com isso? É muita pretensão.

CC: Você gosta do trabalho do Dunga à frente da seleção?
Sócrates:
Não vejo nada de mais. Acho incoerente, por exemplo, ele dizer que se preocupa com as Olimpíadas, mas a preparação ser tão ruim, quase nula, como tem acontecido.

CC: O Dunga é mais um técnico linha-dura, dentro da tradição autoritária do futebol e do Brasil, não?
Sócrates:
Sim. No Brasil, os técnicos promovem a política estrutural dos clubes. Em geral, chega, manda dez embora, contrata outros dez, vai embora em pouco tempo e quem fica com o prejuízo é o time. Como se permite que isso aconteça? Por que toda a estrutura ligada ao futebol é mal construída, não há ninguém comprometido pensando a longo prazo. Veja o Alex Ferguson (treinador do Manchester United). Ele não é um simples técnico. É um cara do clube, está ali há 30, 40 anos. Está mais para um gestor que também faz as vezes de treinador. Não há nada parecido no Brasil. O cara fica um ano no clube, recebe uma proposta melhor e tchau. Como é que vai promover a política de uma instituição com a qual não está comprometido? Por outro lado, como alguém vai se comprometer se não tem estabilidade? No fundo, o gestor tem de ser tratado como sócio.

CC: A má-formação dos atletas leva a um gosto por técnicos autoritários? Apreciam o “professor”, o “comandante”...
Sócrates
: Há muitos jogadores que gostam disso, pois, quanto mais protegidos, mais besteiras podem fazer. Melhor um ditador do que alguém que dê liberdade. É aquela história: o que o cara vai fazer com a liberdade? A idéia de Democracia Corintiana era dar responsabilidade a todo mundo. Liberdade com responsabilidade, virar gente, homem, cidadão. Alguém imagina um cirurgião cardíaco dormir no hospital para operar no dia seguinte? Por que é preciso a concentração no futebol? É uma relação arcaica. Por exemplo: por que os clubes não fazem contratos com jogadores e treinadores relacionados a resultados? Em vez de altos salários fixos, bônus, cotas. Mas aí os caras pegam um moleque e pagam alto. O sujeito tem 10 anos e já ganha 60 contos por mês (risos). Passa a receber sem a necessidade de produzir à altura, de forma a justificar o ganho. O cara sai da base para o topo da pirâmide em um piscar de olhos sem produzir nada. É absurdo, cria-se um musgo social.

CC: O Brasil um dia vai aproveitar a constante safra de jogadores para tornar o futebol um negócio de sucesso aqui?
Sócrates:
Como quase tudo no Brasil, no futebol se vende commodity. Não nos preocupamos em industrializar. Tem produto mais importante no futebol do planeta do que o jogador brasileiro? A gente tem mania de vender o artista e não a arte dele, o que é burrice. Vende cacau e compra chocolate. Mandamos o jogador para a Itália, a Espanha, a Inglaterra e depois compramos a transmissão televisiva desses campeonatos. É o que dá a falta de gestores, de pessoal comprometido com o negócio. Alguém competente mataria a pau. Vou dar um exemplo familiar de como funcionam as coisas no futebol. Meu filho Gustavo é advogado e atua na área de futebol. Uma vez ele escreveu um artigo na imprensa sobre o caso da transferência do (lateral) Rogério do Palmeiras para o Corinthians. Era o início da Lei Pelé e, se quisesse, o Palmeiras não pagaria nada, mas a diretoria perdeu o prazo de contestar o contrato. O Palmeiras decidiu processar o Gustavo por causa desse artigo. E o que aconteceu? Eles perderam o prazo para dar prosseguimento ao processo contra o meu filho (risos).

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Hora do Adeus


Uma homenagem aquele que deixa a Copa Paulo Francis como o principal nome que já passou pela competição. Da promessa da primeira edição a maior marcador de todos os tempos, três vezes artilheiros, eleito melhor craque, presidente que conduziu o processo de renovação, aclamado rainha e agora rei da CPF.
Wagner, meu amigo e irmão, sempre lhe disse que não conheci ninguém que merecesse mais que você o título de Campeão. E não só pela polêmica atuação no campo. São inúmeros os exemplos de jogadores que demonstraram amor ao time que defenderam, mas nenhum amou tanto a Copa Paulo Francis como você.
Parabéns a você e a todos do MAA que tanta dedicação demonstraram à CPF.
O reconhecimento e a sua despedida da Copa me fazem lembrar o grande nome da música sertaneja. Um rei, assim como você: Luiz Gonzaga. Ele compôs essa música como uma despedida, mas continuou cantando e tocando por muito tempo mesmo depois de lançar a canção. Algo que sei que você vai continuar fazendo no futebol.
Só não esqueça de continuar respeitando Januário, hehehehe.

Hora do Adeus


O meu cabelo já começa pratiando

Mas a sanfona ainda não desafinou

A minha voz vocês reparem eu cantando

Que é a mesma voz de quando meu reinado começou

Modéstia à parte é que eu não desafino

Desde o tempo de menino

Em Exu no meu sertão

Cantava solto que nem cigarra vadia

E é por isso que hoje em dia

Ainda sou o rei do baião

Eu agradeço ao povo brasileiro

Norte Centro Sul inteiro

Onde reinou o baião

Se eu merecí minha coroa de rei

Esta sempre eu honrei

Foi a minha obrigação

Minha sanfona minha voz o meu baião

Este meu chapéu de couro e também o meu gibão

Vou juntar tudo dar de presente ao museu

É a hora do Adeus

De Luiz rei do baião

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Análise da Rodada - Terceiro Lugar


Disfarça e Chora.

Empolgados após a magnífica vitória frente o ETC, o time do nono período não demonstrou o mesma bola contra o MAA e teve que ficar na disputa pelo bronze. No meio do caminho tinha o PDF. Para o VTU era antes de mais nada questão de honra se despedir com a vitória em 2008 e abrir o caminho para as VTUzetes que logo depois entrariam no gramado desfilando sua beleza na Patrícia Poeta.

Acometidos pro mais uma ressaca( a descula sempre é essa) - o VTU - com sede de vingança, tropeçou.

Princesa Sarah retomou seu posto na realeza. Vendo Henrique adiantado, deu por cobertura e o narrador-jogador engoliu o frango melado na Farofa, ninguém conseguiu entender.

Depois disso cada jogador do VTU parecia ter sua própria bola. João Chitãozinho de Lucas (isolado) não conseguia passar pelo paredão de Taipa. Hugoboy encatado com os mêlos de Cazuza. Casagrande não conseguia passar pelo bloqueio de Venturini.

5x1

Tal como a matriarca, a princesa fez a honras da corte ao banquete. Prato principal: chocolate.

E agora Farofa, para onde? Até Bob entrou para tentar mudar o cenário da partida. Porém, não teve jeito. PDF montou no cavalo de fogo, galopou nos ébrios de camiseta branca rumo ao inédito pódio. Ao VTU só restou - mais uma vez- cair na festa. Cazuza ainda aproveitou um pouquinho do álcool para cuspir.

Agora, é pensar na despedida definitiva do Paulo Francis 2009. Com o retorno de Baiano, o VTU ganha em sobriedade e, pelo menos, deve chegar na final.


Gostaríamos também de registrar a arbitragem e presença de Arthur Gomes, também conhecido como Arthucano -o prostituto da idéias- eterno ícone da CPF.




VTU 2009: Farofa; Henrique Juma; Hugoboy; Hugo Casagrande; Bob; Karlos- o Rosembrink da CPF e João Chitãozinho de Lucas.






PDF 2009: Cazuza; Princesa Sarah; Fujimoto;Chico; Gustavo Taipa; Sotero; Venturini Juminha e Luiz Januário

terça-feira, 3 de junho de 2008

COPA PATRÍCIA POETA

Com o fim da Copa Paulo Francis, podemos dizer que os garotos do RYU não titubearam e jogaram com muita raça, vestindo e suando a camisa cinza com muito orgulho. E que mesmo com todas as derrotas, nossa torcida permaneceu forte e confiante, porque RYU que é RYU tá sempre disposto pra próxima luta (jogo) com a temível gana de vitória. Depois de muita torcida para os garotos, que, infelizmente, honraram a tradição "Calouro sempre na laterna", as "Chun Lis" (Escalação: Rachel, Gabriela, Júlia Arraes, Idalina e Júlia Caldas), enfim, puderam sentir o gostinho da vitória. Sábado (31/05) foi dia das meninas colocarem as chuteiras em campo e ceder a arquibancada para os garotos no jogo mais "paz e amor" da copa.

Após momentos de grande vaidade, as "Chun Lis" tiveram um breve treinamento com a Revelação da Copa Paulo Francis. Ferrugem mostrou as suas habilidades futebolísticas e com muitos chutes a gol, sem nenhum gol, a torcida ficou tensa e apreensiva sobre que resultado esperar do jogo.
Apito soado, bola em campo. RYU e VTU mostrariam a partir daquele momento o verdadeiro futebol-arte e o legítimo espírito esportivo, constituido de garra e muito respeito. A partida foi bastante limpa, com apenas uma falta, segundo expectador, fazendo da Copa Patrícia Poeta um exemplo a ser seguido na Paulo Francis, que esbanjou cartões, sobretudo nos primeiros jogos.
A rede balançou com chutes de um só pé, Júlia Caldas fez todos os gols da partida, exibindo beleza e talento, característica principal da Copa Patrícia Poeta. Terminava assim o maravilhoso jogo, que agradou a quem viu e maravilhou quem participou.
O RYU gritou VITÓRIA. E todos juntos todos comemoraram o título. Ano que vem tem mais. Força na Peruca!

*Agradeço a todos, principalmente às meninas da equipe, que realmente honraram o nome equipe e jogaram de igual para igual num jogo sem estrelismo e com muito respeito. E agradeço, ainda, às meninas do VTU por ter proporcionado um jogo realmente lindo, sem brigas e sem pancadaria, numa competição emocionante, regada de espírito esportivo. A Rafael, quero dizer que agradeço a paciência de Jó.

Gabriela Bezerra - RYU

Momentos

Escrever depois de haver perdido um título que defendíamos pode parecer um tanto despeitado. Tenho, no entanto, feito algum esforço para falar com distanciamento.

1. Esse texto não precisa de factóides. Tampouco se prende a choramingos. Mas é fato: o MAA entra pra história sem nunca ter ganhado do ETC. É provável que o fato passe despercebido pelos leitores desinteressados do almanaque da Copa – a ser lançado -, mas, bem, os olhares educados pro futebol – livres da idiotice da objetividade, como dizia Nélson Rodrigues – saberão que o escrete vermelho perdeu o bicampeonato tendo vencido e empatado com o campeão. Se o MAA é campeão, agora, num empate com o ETC na final, parece que o principal responsável é o VTU. E não preciso de maiores explicações a esse respeito.

2. Ser campeão sem ter vencido, em qualquer tempo ou lugar, o ETC apequena o título. Embora, convenhamos, não sou imbecil de discutir o título. O MAA é campeão.

3. Numa situação ideal, decisões com empate iriam para prorrogação ou pênaltis. Mas, na falta de tempo, sem possibilidades para a disputa, me pareceria mais legítima a prevalecência dum critério: o vencedor do confronto direto. É assim que fazem, no caso dos empates por pontos, os campeonatos Espanhol e Italiano.

Mas isso é conversa fiada, papo de mal perdedor e até soa um tanto oportunista falar nisso depois de perder um título. Ou não?

Ano passado, empatamos em número de pontos e na final por 4 a 4 – a validação do título veio da constatação inevitável de que depois de havermos vencido a PIA por 4 a 2 éramos considerados os melhores. Fomos campeões.

Este ano, empatamos em pontos e, na final, ficamos nos mesmos 4 a 4 – igualmente, vencemos, no confronto anterior, nosso adversário da final por 4 a 2. Não fomos campeões.

Temos um título e não dois.
MAA Campeão – Copa Paulo Francis 2008.

Luís Henrique - ETC

domingo, 1 de junho de 2008

MAA: o melhor adeus

Não aprendi dizer adeus,
mas tenho que aceitar
que amores vêm e vão,
são aves de verão.
Se tens que me deixar,
que seja, então, feliz.

(Leonardo)

____


Ah, eu vim aqui, amor,
só pra me despedir.
E as últimas palavras desse nosso amor
você vai ter que ouvir.

(...)

Ah, saudade vai chegar.
E, por favor, meu bem,
me deixe pelo menos só te ver passar.
Eu nada vou dizer.
Perdoa se eu chorar.

(Roberto e Erasmo Carlos)

____

Hoje, todos os versos de saudade são meus. Quanto mais bregas, mais sinceros. Quanto mais simples, mais dizem. Difícil olhar adiante e saber que não vou mais poder sentir a emoção de disputar a Copa Paulo Francis. Que, a partir de agora, seremos só lembrança. A mais bela lembrança. Mas o MAA entrou em campo sabendo que aquela final seria o último ato. Um jogo nos separava da imortalidade. Ser lembrados como os campeões da propalada melhor copa da história ou cair no limbo dos derrotados? Quem seriam os azuis para a posteridade?
Se dependesse dos palpites, o desejo do MAA não vingaria. Enquete realizada no site da competição apontou que 61% acreditavam que o título ficaria nas mãos do ETC. Jogávamos contra os prognósticos. E assim foi durante toda a competição. Já haviam colocado PDF, BAU e VTU como favoriros contra a gente. Desmentimos. Recriamos a verdade. Azul, como o céu.

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo,
ainda que tenha razão.

As palavras de Fernando Pessoa dão a exata dimensão de nossa conquista. Em seis anos de torneio, jamais sonhamos que, um dia, no último dia, poderíamos ser campeões. Decerto porque o sonho não seria tão bom quanto a realidade. Nascemos para ser campeões. E o descobrimos antes tarde do que nunca. Inesperadamente. Movidos a alma.

A vantagem de 3 a 0 costurada ainda no primeiro tempo deu o tom da superioridade do MAA. Sem reservas, fomos acuados em seguida pelo ETC, que buscava reagir. Em vão. Os minutos que se passavam eram juízes na audiência da história. Os deuses do futebol eram senhores do relógio e confabularam o destino sob o apelo do fundador da copa Benjamim De Moura, que queria ver o MAA com o troféu. A expectativa era parceira da luta. A explosão era refém de uma contagem regressiva.

A felicidade era questão de tempo. E veio. Com um suado 4 a 4.

O apito final. A consagração. A justa premiação do time que esteve presente em todas as copas. As cortinas do show se fecharam com os devidos aplausos à equipe que mereceu sorrir. O grito, preso meia década na garganta, ecoou. É campeão!

Melhor campanha, melhor ataque, melhor defesa etc. Dono do melhor futebol apresentado, time mais regular, equipe mais compacta etc. Artilheiro, craque, mito etc. Isso mesmo. ETC virou só complemento dos arautos que clamam o MAA no lugar que lhe é de direito. O topo. O céu. Irremediavelmente azul.

Despeço-me com, agora, 64 gols. Para quem duvidou do W50, os 18 tentos em uma única edição foram o melhor cala-boca. Respondi com gols. Nunca duvidem do Pelé da Paulo Francis. W64, a ditadura do gol.

O MAA, hoje, é só uma página de glória nesta competição que se perpetuará pelos séculos. Foi um orgulho imenso dividir emoções com vocês, companheiros de equipe e adversários, todos amigos. É sempre triste dizer adeus, mas a vida é feita também de despedidas. A eternidade nos aguarda.

(Wagner Sarmento)

Os campeões:
Rodrigo Psicodélico; Tiago Chacon, Júnior Macalé, David Diniz e Wagner Fenômeno Sarmento. Menção honrosa ao distante, porém presente, parceiro JB.