domingo, 1 de junho de 2008

MAA: o melhor adeus

Não aprendi dizer adeus,
mas tenho que aceitar
que amores vêm e vão,
são aves de verão.
Se tens que me deixar,
que seja, então, feliz.

(Leonardo)

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Ah, eu vim aqui, amor,
só pra me despedir.
E as últimas palavras desse nosso amor
você vai ter que ouvir.

(...)

Ah, saudade vai chegar.
E, por favor, meu bem,
me deixe pelo menos só te ver passar.
Eu nada vou dizer.
Perdoa se eu chorar.

(Roberto e Erasmo Carlos)

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Hoje, todos os versos de saudade são meus. Quanto mais bregas, mais sinceros. Quanto mais simples, mais dizem. Difícil olhar adiante e saber que não vou mais poder sentir a emoção de disputar a Copa Paulo Francis. Que, a partir de agora, seremos só lembrança. A mais bela lembrança. Mas o MAA entrou em campo sabendo que aquela final seria o último ato. Um jogo nos separava da imortalidade. Ser lembrados como os campeões da propalada melhor copa da história ou cair no limbo dos derrotados? Quem seriam os azuis para a posteridade?
Se dependesse dos palpites, o desejo do MAA não vingaria. Enquete realizada no site da competição apontou que 61% acreditavam que o título ficaria nas mãos do ETC. Jogávamos contra os prognósticos. E assim foi durante toda a competição. Já haviam colocado PDF, BAU e VTU como favoriros contra a gente. Desmentimos. Recriamos a verdade. Azul, como o céu.

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo,
ainda que tenha razão.

As palavras de Fernando Pessoa dão a exata dimensão de nossa conquista. Em seis anos de torneio, jamais sonhamos que, um dia, no último dia, poderíamos ser campeões. Decerto porque o sonho não seria tão bom quanto a realidade. Nascemos para ser campeões. E o descobrimos antes tarde do que nunca. Inesperadamente. Movidos a alma.

A vantagem de 3 a 0 costurada ainda no primeiro tempo deu o tom da superioridade do MAA. Sem reservas, fomos acuados em seguida pelo ETC, que buscava reagir. Em vão. Os minutos que se passavam eram juízes na audiência da história. Os deuses do futebol eram senhores do relógio e confabularam o destino sob o apelo do fundador da copa Benjamim De Moura, que queria ver o MAA com o troféu. A expectativa era parceira da luta. A explosão era refém de uma contagem regressiva.

A felicidade era questão de tempo. E veio. Com um suado 4 a 4.

O apito final. A consagração. A justa premiação do time que esteve presente em todas as copas. As cortinas do show se fecharam com os devidos aplausos à equipe que mereceu sorrir. O grito, preso meia década na garganta, ecoou. É campeão!

Melhor campanha, melhor ataque, melhor defesa etc. Dono do melhor futebol apresentado, time mais regular, equipe mais compacta etc. Artilheiro, craque, mito etc. Isso mesmo. ETC virou só complemento dos arautos que clamam o MAA no lugar que lhe é de direito. O topo. O céu. Irremediavelmente azul.

Despeço-me com, agora, 64 gols. Para quem duvidou do W50, os 18 tentos em uma única edição foram o melhor cala-boca. Respondi com gols. Nunca duvidem do Pelé da Paulo Francis. W64, a ditadura do gol.

O MAA, hoje, é só uma página de glória nesta competição que se perpetuará pelos séculos. Foi um orgulho imenso dividir emoções com vocês, companheiros de equipe e adversários, todos amigos. É sempre triste dizer adeus, mas a vida é feita também de despedidas. A eternidade nos aguarda.

(Wagner Sarmento)

Os campeões:
Rodrigo Psicodélico; Tiago Chacon, Júnior Macalé, David Diniz e Wagner Fenômeno Sarmento. Menção honrosa ao distante, porém presente, parceiro JB.
Comentários
5 Comentários

5 comentários:

  1. Ainda bem que estou sozinho no quarto...como explicar para os franceses, as lágrimas que escorrem sem pedir licença...

    "Os minutos que se passavam eram juízes na audiência da história. Os deuses do futebol eram senhores do tempo..."

    Não é preciso dizer mais nada.
    MAA CAMPEÃO!
    JB

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  2. E menção ao nosso querido João Neto que nos ensinou, através do budismo, a lidar com nossas emoções destrutivas. Só assim conseguimos controlar toda toda intolerância de nossas personalidades.

    ;]

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  3. E não podemos esquecer do fidelíssimo torcedor Lukinhas, que esteve presente em pelo menos um jogo de todas as edições da CPF. Chegou até a jogar, inclusive.

    Uma menção honrosa ao companheiro Bruno, que só jogou as primeiras edições mas deu show nas partidas em que participou.

    E, por último mas não menos importante, temos que agradecer às meninas que compareceram pra torcer por nós. Mesmo a maioria delas só tendo aparecido na final, né? Lucy, Carol, Gabi, Grega... Sem vcs esse título seria possível sim, mas foi muito mais legal com vcs lá.

    ;)

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  4. E a festa de ressaca prometida pelos calouros?????????????????????????????????????????

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