terça-feira, 4 de julho de 2017

Valeu por tudo, CPF! O Adeus de Mr. Hankey


Eu comecei a pensar este texto há mais de um ano, quando já passava a ser possuído pelos sentimentos de saudades e nostalgia que o final da graduação proporciona a quase todo mundo. Levei um tempo maior do que gostaria para entrar no curso que tanto sonhava, e, quando finalmente consegui, naquele já distante 12 de janeiro, a sensação foi incomparável, assim como o volume de lágrimas de felicidade.

Comecei em Jornalismo e imediatamente conheci pessoas que estou levando no peito pela eternidade. Juntos compartilhando risadas, histórias, problemas, lanches, obstáculos diversos... e é então que preciso destacar um ponto alto e específico da graduação: os veteranos caíram como chuva em cima de nós, inocentes calouros, para nos contar sobre as Copas Paulo Francis e Patrícia Poeta de Futebol. "Como assim? A gente vai jogar bola???", estampou-se o questionamento em minha mente. Mal imaginava que era muito mais que isso.

Torneio anual, a copa é uma força agregadora dos indivíduos e dos conjuntos do curso. Jogo para quem é de jogo, festa para quem é de festa, confraternização para todos. Para quem vê de fora, deve até parecer estranho exaltar uma mera pelada de universitários, mas, para quem está por dentro, a atmosfera é realmente de Copa do Mundo. Passar um ano esperando para aquela reunião, os jogos sob sol e chuva, as dores de cabeça para encontrar um campo society disponível, criar sigla, escudo e uniforme, se exercitar para entrar em forma e não fazer feio (HAHAHA... ha...).

Minha turma concebeu, através de um incrível risível insight de Felipe, a sigla PCF. Os veteranos, como forma de trote, nos impuseram a cor marrom-cocô. Fechamos a cara por causa da palhaçada, mas resolvemos depois encarar com bom humor. Adotamos, como mascote, Mr. Hankey - sim, o cocô natalino da série animada South Park - e, no escudo, o colocamos lendo um jornal (acho que foi uma arte compartilhada entre Penélope e Jorge, não recordo agora). Afinal, o que é um peido, né...
Primeiro ano, primeiro sábado e partimos rumo à Praça do Derby, ponto de encontro entre nós e também com os veteranos para irmos ao campo do antigo clube de sargentos e subtenentes, no bairro da Torre. Mágico. Clima puramente mágico. Camisas de diferentes cores, gritaria, algazarra, sorrisos e futebol. Entramos em campo contra o já quase aposentado RYU. Inexperientes, ainda assim conseguimos fazer um jogo parelho, conquistamos um empate sem gols e consegui sair da partida como destaque e candidato a revelação do campeonato, relembrando sonhos passados. As partidas seguintes mostraram que nos faltava muita coisa, mas estávamos muito felizes, contagiados pelo ambiente. Deixamos de ser calouros e viramos veteranos no ano seguinte. Jogamos tão bem na base da superação que chegamos à final contra o RUN. Apesar de prejudicados pela arbitragem (abraço, professor Afonso...) e pela decepção por causa do vice, ficamos com a certeza de que éramos capazes. Outro banho de água fria um ano depois, fazendo uma campanha de apenas terceiro lugar. Ano seguinte, mais uma final, mais um vice e, ao meu ver, a última edição emocionante pra valer. Já tava cansativo jogar muito e não ganhar o título. As duas derradeiras temporadas foram sofríveis, velhos e fora de forma que estávamos. Mas tudo bem. Já nosso time feminino caminhava (e atropelava) pela contramão. Da quebra do tabu "calouro não ganha a Copa" a se tornar o melhor time da história da CPP, elas só perderam um único jogo em todos esses anos, justamente na final de 2013. Lendárias, craques, quase imbatíveis, elas criaram o divisor Antes do PCF/Depois do PCF no torneio. Fica o orgulho e a representação, mas elas ainda têm muito a falar por si próprias. Acabou no último dia 17 a participação do time marrom. Um saldo pessoal de dois prêmios de melhor goleiro e um gol marcado na última edição (FINALMENTEEE), um saldo conjunto de 5 títulos e 1 vice na CPP, dois vices e dois terceiros lugares na CPF. Passamos agora para a seção "Aposentadoria" do blog da Copa. Sempre que sentirmos saudades, acessaremos o endereço. E aí, nostalgia, sorriso no canto da boca, lembranças desaguando. Os melhores anos deste ciclo da minha vida se encerraram, mas os frutos ficam para sempre. Felipe, Mateus, Maurício, Jorge, Cássio, Caio, Henrique, DGO, as meninas, o pessoal dos outros times: imenso prazer jogar, comemorar e beber (e até brigar) com vocês todos. Aquele abraço.

*Fecha a cortina marrom*



Mike "The Wall" Torres, 
goleiro do PCF e um eterno apaixonado pela Copa.


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