sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

BOMBA - Ex-tesoureiro acusa presidente de chefiar esquema de corrupção

O blog da CPF teve acesso à nova edição da revista VEJA, que estará nas bancas nos próximos dias. Abaixo reproduzimos na íntegra a matéria de VEJA que acusa o presidente Wagner de estar envolvido em esquemas de corrupção. O blog se recusa a comentar o ocorrido.

Capa da VEJA dessa semana
De Rio Doce, para a redação de VEJA (com informações de Camaragibe)

A ausência do outrora capitão rosado é sentida na sociedade jornalística pernambucana desde junho do ano passado. Esperado para receber a medalha de prata na festa final da Copa Paulo Francis 2014 juntamente aos seus colegas de time, Márlon Diego de Oliveira não apareceu naquela noite nem deu sinal de vida em nenhuma dos meses que se seguiram ao fatídico dia da final, seja no Centro de Artes e Comunicação da UFPE ou na Arena Setúbal of Confrontation. Os boatos eram de que, envergonhado com o pênalti perdido que havia levado o FDM a amargar o vice-campeonato, o então tesoureiro da Copa Paulo Francis resolvera passar um tempo sozinho até conseguir superar o trauma. No início do ano, ele deu fim à sua reclusão surpreendendo a todos ao se entregar para a polícia confessando que estava por trás do esquema que o FDM realizou juntamente com o MBP para ajudar a levar o time azulado para a final.

Os tempos de alegria em campo do capitão rosado ficaram no passado
Condenado a sete anos e onze meses de prisão por crime de corrupção, o atleta passa hoje maior parte do tempo na biblioteca do presídio do Cotel, onde está cumprindo sua pena. Porém desde a semana passada, Márlon tem mantido conversas com o seu advogado com maior frequência. A razão foi revelada na última terça-feira (24), quando o ex-tesoureiro solicitou um acordo de delação premiada. Em sua primeira sessão de depoimentos, Márlon estava bastante agitado. Logo de cara, falou para o delegado:

Márlon: Tá na hora de falar pra vocês tudo que a turma tá aprontando.

Delegado: Você se refere ao jogo entre FDM e MBP na CPF do ano passado?

Márlon: Não só esse, né. Teve vários outros. Na verdade isso rola desde 2013, quando ele entrou.

Delegado: Ele? Você quer dizer o MBP?

Márlon: O MBP todo não, homem. É Wagner. Ele é o cabeça do esquema.

A partir daí, Márlon seguiu com seu depoimento durante duas horas. O conteúdo, apurado com exclusividade por VEJA, revela o maior esquema de corrupção da história da Copa Paulo Francis que, se for confirmado, justificaria o primeiro impeachment da história da competição.

Desde que entrou no curso de jornalismo, em 2013, Wagner sempre passou uma imagem de agregador. Durante os dois anos que se seguiram, enquanto outros membros de sua turma se envolviam em vários desentendimentos com os outros participantes da copa, ele sempre procurava manter as amizades. Alguns exemplos disso são a sua relação de longa data com a goleira do DPC, Beeb, mesmo com os atritos entre Decopi e o MBP. Mas, debaixo dos panos, o presidente se revela uma figura com uma sede de poder que chega a assustar os desprevenidos.

“Wagner é muito esperto. Se faz de amiguinho de todo mundo, mas na verdade só quer o poder”

Daniel Ferrugem foi uma das primeiras pessoas com quem Wagner criou vínculo
Se, para alguns, a chegada de Wagner na presidência em 2015 era algo natural, quem teve a oportunidade de acompanhar todo o processo sabe que foi tudo extremamente calculado. A aproximação com os ex-presidentes Maurício e Daniel Ferrugem (vide foto), a amizade com os doleiros DGO e Caio Wallerstein e até mesmo os atritos entre o MBP e as outras salas. Nada passa despercebido pelo presidente, que arma várias arapucas para se manter no topo.

De acordo com Márlon, foi o próprio Wagner quem sugeriu que Sibito jogasse a final pelo FDM. Foi ele quem pressionou Márlon para que ele errasse de propósito o pênalti contra o BJU, procurando usar o título dos então calouros para se promover. E se alguns pensam que ao menos o MBP estaria livre de suas falcatruas, eles estão redondamente enganados. Segundo a delação do ex-tesoureiro, Wagner estaria mancomunado com Decopi e Caio Wallerstein no polêmico lance da mão de 2013, do qual seus colegas de turma reclamam até hoje. Tudo isso com o objetivo de alcançar a presidência.

O título do BJU foi utilizado por Wagner para alimentar seu capital político
“O negócio é morde e assopra. O cara tira daqui, bota ali, e vai agradando um e o outro só pra conseguir o que quer. É fogo o cara errar um pênalti daqueles e deixar os calouros ganharem”

Agora que Wagner alcançou presidência, Márlon não tem certeza do que ele será capaz. Porém, VEJA conseguiu alguns indícios de que o presidente estaria organizando um grupo intitulado CRIAÇÃO PAULO FRANCIS, com o pretexto de coordenar os meios de comunicação da Copa, mas que na verdade é uma tentativa de censura àqueles que se opõem a ele. O esquema, que envolveria a mudança do local da copa de Setúbal para o centro do Recife para supostamente “facilitar o acesso à competição”, não está sendo bem visto nem mesmo por membros do MBP. Nathallia Fonseca, colega de turma de Wagner que costumava ironizar os pedidos de impeachment do presidente, parece ter mudado de ideia e aderido à oposição.

Existem dissidentes de Wagner até mesmo no MBP
Procurado pela reportagem de VEJA, a nova diretoria da CPF e assessoria do presidente não quiseram comentar o caso. Já nas redes sociais, cresce o clamor da oposição pela instauração do processo de impeachment do presidente.

Confira na VEJA desta semana uma análise completa do cientista político João Pascoal sobre o futuro da CPF.
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

  1. A verdade é que Wagner é ressentido eternamente por nunca conseguir ganhar do PCF e fica metido nessas falcatruas para compensar

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