Paulo Francis está entre nós para uma série de entrevistas curtas, lisérgicas e impactantes, desnudando ao público as enigmáticas personalidades da Copa. A entrevista de abertura não poderia deixar de ser com um dos, talvez, mais discretos e reservados personagens da competição. R9 se abre inteiro para os petardos verbais de Francis. Confira.
Rafael, o R9, o Pata de Elefante. Primeiro de tudo, obrigado pela oportunidade da conversa. Vamos logo ao que interessa: por que a imagética do elefante? Por que tão nobre animal?
Olá, Paulo, eu que agradeço. Olha, Paulo, boa pergunta. O primeiro impulso da maioria das pessoas é associar o elefante em minha perna a uma referência dimensional fálica. Eles não estariam errados, confesso. É tudo isso mesmo. Mas não para por aí, não. Poucos sabem, e não fico alardeando, mas cresci na Índia, em meio àquela pluralidade incrível de divindades e práticas pouco conhecidas pelo mundo ocidental. Sempre fui discreto e de poucas palavras, e lá não era diferente. Fui criado entre elefantes, e um deles, em especial, o Márcio, tornou-se meu melhor amigo, minha única companhia. Márcio foi morto por caçadores (se permite uma pausa, a voz embargada). Vim para o Brasil, com a chance que o RYU me deu, e a tatuagem foi uma tentativa de eternizá-lo em cada um dos gols que faço. Há dias em que me comunico somente com Tromba Longa, mascote do RYU, pois sinto que Márcio ainda vive, através dele. Não quero mais falar sobre esse assunto (ajeita-se na poltrona, os olhos marejados).
"Vou mostrar quem sou em 2012" |
Naturalmente, naturalmente... falemos sobre assuntos mais terrenos, seculares, digamos, extrovertidos. É sabida sua longa relação de amizade e afeto com seu companheiro de time Aaron. É notória, contudo, a ligação, dentro das quatro linhas, que você estabeleceu com Ferrugem, com quem, juntos, marcou a maioria dos gols do RYU. Fale um pouco sobre a relação entre os companheiros de time.
Se me permite a metáfora, Paulo, Aaron seria o amor, Daniel seria o sexo. É aquela velha oposição entre o constante e o efêmero, o etéreo e o físico, entre o passe e o gol. Na verdade, é tangível o afeto, o laço até carnal existente entre todos os membros do RYU, isso se vê dentre as quatro linhas, na torcida e nos vestiários. É tudo muito carnal.
Nota-se, nota-se. Por fim, Rafael, uma pergunta caprichosa, maliciosa... como anda sua relação com o álcool, a caninha, o goró, a chupeta, o gagau, o lambreu, musa líquida, cervejola, se você me entende, com as bebidinhas em geral?
Bom você ter perguntado, Paulo, e quero aproveitar pra deixar essa questão bem clara. Estou limpo faz três dias, deixei de beber e me sinto renovado. Vi o fim da linha, Paulo. Acima do peso, me envolvendo com o que há de mais baixo na sociedade, acordando para me ver impresso em blogs e revistas em situações das quais mal me lembrava. Meu futebol, Paulo, que é o que eu mais prezo, estava prejudicado. Não podia continuar daquele jeito. O apelido de "Adriano do RYU" me pesava. Parei. Faz três dias que parei, para os que duvidavam. E vou mostrar quem sou na CPF 2012.
"É tudo muito carnal" |
Não percam, em breve, mais uma incursão paulofranciana no mundo dos vivos, para debulhar, desmiuçar, outra celebridade, dessa vez, de uma estrela do esquete laranjada, o RUN. Quem será o contemplado? Acompanhem aqui no blog.
Elefante Márcio é em homenagem a Márcio Garcia?
ResponderExcluirQue coisa emocionante, gente. Rafael, força para vocês! Marcio está olhando tudo lá de cima!
ResponderExcluirE é verdade que vai rolar menage Rafael-Aaron-Daniel?
julia a.
Julia, menage não...por que se não Matheus fica com ciúmes!!!
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