sexta-feira, 6 de junho de 2014

O saudoso Mané

A Copa Paulo Francis 2014 se encerra no próximo sábado. E não seria certo que ela chegassem ao fim sem que a gente pudesse lembrar de Mané Queiroz, o homenageado desta edição, que nos deixou no começo do ano. 

Mané Queiroz partiu em janeiro deste ano e deixou muitas saudades.
Wagner Sarmento, uma das lendas da história da CPF, escreveu um texto sobre Mané, que segue abaixo.

Mané era o primeiro a chegar e o último a sair do refeitório. O almoço, esta necessidade fisiológica de todo homem, pra ele era mero detalhe. O que Mané Queiroz gostava mesmo era de resenhar. A mesa era extensão do rádio, que era extensão da casa, que tinha uma vizinhança imensa.

Era ali, entre colegas do Escrete de Ouro, da redação, do marketing, da gráfica ou da limpeza, que o velhinho se debruçava, com seu inseparável colete, a relembrar histórias do passado, contar causos, analisar a última rodada do Campeonato Pernambucano e arriar com a cara dos outros. Era ali que o riso ecoava cotidiano, tão indispensável quanto o feijão e arroz de cada dia.

O Mestre dos Magos, como era chamado por alguns, falava tão alto que o refeitório inteiro comungava de suas conversas. O silêncio por lá, ainda hoje, incomoda.

Mané é a voz familiar, íntima, inconfundível, que a gente cresceu ouvindo nas tardes e noites de futebol. Quando ele entrava no meio da transmissão, é porque “tinha gol” em algum lugar do mundo. O jargão “tem gol” era anunciado e repetido como mantra, a cada balançar das redes, seja numa rodada trivial do Campeonato Maranhense, seja num Superclássico decisivo entre Real Madrid e Barcelona.

Nas ondas do rádio ou nas mesas do refeitório, Mané se sentia em casa. Talvez por isso sua partida tenha doído tanto no colega de trabalho com quem dividia suas gargalhadas quanto no aposentado para quem o radialista era aquela voz sem rosto, ansiada a cada transmissão e que nunca mais vai ser ouvida.

Maciel Jr. e Aroldo Costa, que também trabalharam com Mané na Rádio Jornal, comentaram em vídeo a homenagem da Copa Paulo Francis ao radialista.



A verdade é que Mané inspirou uma geração de jornalistas, radialistas e amantes do esporte. A homenagem da CPF é mais que justa e é nossa maneira de fazer com que ele seja lembrado ainda mais.


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