Fernando Menezes - O homenageado da CPF

2 de julho de 1950. Ilha do Retiro. Chile x Estados Unidos. 4ª Copa do Mundo de Futebol. Ele estava lá.

6 de junho de 2009. Academia do Gol. Final da 6ª Copa Paulo Francis de Futebol-Arte. Ele estará lá.



Em 2 de julho de 1950, quando o Chile derrotou por 5 x 2 os Estados Unidos na Ilha do Retiro, na 4ª Copa do Mundo de Futebol, o garoto Fernando, com 15 anos, assistiu tudo de perto.

Em 1982, já jornalista, Fernando Menezes esteve na Espanha, acompanhando in loco a Copa em que o Brasil brilhou intensamente e foi destroçado impiedosamente por Paolo Rossi.

Hoje, no alto de suas 74 primaveras, ele é Vovô Fernando, apelido carinhoso que ganhou dos companheiros de redação do Jornal do Commercio, onde labuta há 40 anos. E o próximo grande momento do futebol que ele verá de perto será a final da VII Copa Paulo Francis de Futebol-Arte, em junho, na condição de homenageado da imprensa esportiva pernambucana, dando-nos a honra do pontapé inicial da decisão do maior torneio futebolístico que a Terra conhece.

"Sinto-me muito gratificado com a homenagem da Copa Paulo Francis e muito contente com isso", diz o boa praça Fernando Menezes, chamado carinhosamente de Vovô pelos companheiros da redação do JC. "Eu não quero ser cobrado pela justiça do país nem pelo o imposto de renda, também não quero ser denegrido, mas ser homenageado é ótimo", diz, com seu típico bom humor.

Menezes vê como importante a Copa Paulo Francis. "Tudo que você faz para congregar e para melhorar a qualidade da convivência eu apoio e acho que é importante. Praticar esportes é de importância fundamental. Acho muito interessante que se faça isso. Devia haver mais em outras universidades", diz ele, que só quando comparecer à grande final terá a exata noção da magnitude da CPF.


Apreciador do futebol sem restrições, Menezes defende as peladas. "Às vezes estou andando na praia e paro para olhar. Eu gosto de ver peladas. Aliás, eu acho que há um equívoco muito grande chamar jogo ruim de pelada. Pelada não é ruim não. Pelada é muito bom. Agora, se o peladeiro é de má qualidade técnica, aí é outra conversa."

Falando nisso, como Fernando se saía nos jogos de futebol de rua e na escola? "Eu era mediano, não era grosso, tinha uma boa noção, era atacante, mas com um defeito fundamental, chutava com um pé só, o pé direito, o outro era só para subir no ônibus. Quem não me viu não perdeu nada", afirma Vovô.

Por fim, Menezes define, para os menos experientes, aquele que emprestou o nome à Copa. "Paulo Francis, que vocês adotaram como patronos, era um jornalista de muita cultura. Uma pessoa muito culta, um crítico muito ácido e que montava seus textos em cima da ironia. Foi um sujeito importante na época da ditadura, batalhou contra ela. E era um intelectual. Fazia um pouco de tipo, era um tanto excêntrico. Mas foi uma figura muito importante."

Fernando Menezes foi convidado também para a abertura da competição, no próximo sábado. No entanto, estará viajando e, por isso, só irá na final.

Até lá então, Vovô!