HAVANA - O jornalista e dissidente cubano Guilhermo Fariñas, em greve de fome há 42 dias contra o regime dos irmãos Castro, declarou na manhã desta terça-feira que deseja assistir aos jogos da Copa Paulo Francis, caso consiga ser libertado do cárcere em que vive desde 2003. A declaração, realizada em entrevista exclusiva ao blog da CPF, em Havana, causou grande repercussão na comunidade internacional, que pretende se mobilizar para a libertação do preso de consciência cubano.
Fariñas não afirmou para qual dos times torcerá, mas deixou claro que não será pelo ETC, equipe que, segundo ele, mantém “relações de intimidade, cumplicidade e promiscuidade com o governo cubano”. O jornalista não descartou uma nova greve de fome caso a equipe comunista se sagre bicampeã, em 2010.
O presidente cubano Raúl Castro reagiu com virulência às novas declarações do preso de consciência, afirmando – mais uma vez – que não cederá ao que ele classificou de chantagens da comunidade internacional, lideradas, segundo ele, pelos Estados Unidos. “Essa tal Copa Paulo Francis é uma nítida articulação do imperialismo norte-americano com o fim de macular a nossa revolução”, desafiou. Com a polêmica, Fidel Castro teria ligado para Luis Henrique, atacante do ETC – notabilizado por sua solidariedade ao regime castrista – para saber um pouco mais sobre a competição que colocou Havana em cheque. Ao longo de mais de 2h de conversa, os dois teriam chegado ao denominador comum: libertar Fariñas e, em seguida, assassiná-lo no vestiário do ETC, “como prova de que o socialismo está mais forte do que nunca” – ouviu-se, em escuta instalada pela CIA na linha telefônica de Luis Henrique.
Após enviar uma carta ao presidente Lula pedindo que o estadista brasileiro utilizasse de seu prestígio junto ao governo cubano para intervir nas violações de direitos humanos na ilha, os presos de consciência jogam sua última cartada na Copa Paulo Francis. Um grupo de prisioneiros enviou um novo documento a Lula, em que apelam para poder assistir pelo menos à final da “prestigiada competição”. Fontes ligadas ao planalto afirmam que Lula teria ficado sensibilizado com o pedido. “Nunca antes na história desse país...”. Emocionado, Lula não completara a frase.
A declaração do dissidente cubano sobre a Copa Paulo Francis provocou uma onda de manifestações solidárias em todo o mundo. Diante da comoção, outros presos políticos já estudam a possibilidade de se manifestar publicamente revelando seus times do coração da Copa Paulo Francis. Alguns dos prisioneiros, encarcerados sob a alegação haverem falhado na organização de uma festa do Partido Comunista Cubano foram imediatamente ligados ao RUN pela imprensa internacional.
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