domingo, 26 de maio de 2013

Memória CPF: Ontem não é muito longe daqui


por Júnior “Macalé” (José Juva)

Escalação MAA com participações especiais (da esquerda pra direita): Wagner “W64” Sarmento, David “Edgar” Diniz, Rodrigo “Psicodélico”, Carolina Wanderley, Julya Vasconcelos (em pé); Tiago “nômade” Maciel, josé “Júnior Macalé” juva, Lucas Lima, Gabriela Monteiro (sentados)

2013. Dez anos desde que joguei a primeira partida na Copa Paulo Francis. Fui expulso, num jogo contra os veteranos do IMP – um cartão azul, dois minutos fora. Na altura, jogava como se participasse de uma partida de futebol, somente. Um bate-bola entre sujeitos da universidade. E foi assim que deixei de jogar algumas partidas. Entre os mais variados motivos, Festival de Inverno de Garanhuns e outras coisas menores que nem lembro. Por sorte e graça, o tempo tratou de dimensionar que eu estava equivocado ao me ausentar. E eu tive a possibilidade de estar presente, bem presente, correndo e suando por todos os cantos do campo.

O MAA, desde o início, foi tido como uma grata revelação, uma promessa. Mas o destino quis tirar algumas pernas de campo. E assim foi: perdemos Bruno para Engenharia, perdemos JB para a França. MAA sempre no limite físico e emocional. Com pouquíssimos “atletas” (quase sempre jogamos sem reservas, caso que levou até às manobras de bastidores e provocou a polêmica fusão com o VTU, gerando o UAL, um time de estrelas que não vingou), sempre precisamos nos desdobrar. E assim foi. 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 até a glória em 2008.

O caminho foi construído passo a passo, passe a passe, com dribles, assistências, gols, muitos e belíssimos gols – uma pena as copas não terem registro fílmico, mas temos quase tudo guardado em nossas memórias e retinas fatigadas. Eu, josé juva, na copa “Júnior Macalé” (graças aos improvisos surreais do grande narrador desta Copa, Henrique Juma), após o satori paulofranciano, nunca poupei fôlego para multiplicar nossos êxitos, agindo como se num carrossel holandês: fui goleiro, em algumas ocasiões, muitas vezes ficava pela zaga, sempre fazendo a transição no meio campo, e sem me furtar a atacar, marcar gols. E assim foi.

Sem ressentimento algum, com muito desapego e afeto, eu, um teimoso rebelde, fui um parceiro alegre, um camisa 10 generoso para ajudar na construção da ditadura do gol, W64, mais conhecido como a “rainha” Wagner Sarmento (não enxergava outro modo tático com tão poucos jogadores e não era um problema deixar um filho bastardo de Romário junto da pequena área). Junto com Rodrigo Psicodélico, nosso querido goleiro louco (que só aos poucos decidiu se tornar titular), Tiago Maciel, nosso nômade e o grande e imprevisível David “Edgar Davids” Diniz, tivemos partidas incríveis, exemplos de superação, encanto, improviso, leveza. Esta energia foi recompensada com a taça em 2008 – e eu ainda tive a imprevista massagem no ego com o título de “muso” da copa,
com direito a beijo da musa e medalha (que está enferrujando, hahah). Henrique Juma foi o Cara Paulo Francis, que a história seja preservada, rs.

Ontem não é muito longe daqui, por isto escrevo. A proximidade da edição 2013 da Copa me provoca, é impossível não me emocionar – vocês entenderão, calouros, vocês entenderão. Lamento não ser uma data “fechada”, como a edição passada, em que nós, veteranos, pudemos jogar (jogar é só modo de falar, foi aula, passeio, brincadeira das mais sérias e bonitas). Ao lado de figuras lendárias, como Dudu Maia, Caio “Sonic”, Nilton e outros tantos, pude sentir a presença enérgica, a iluminação e o êxtase paulofranciano novamente. Marquei 12 gols. No último minuto do nosso último jogo, cara a cara com o goleiro, entre o chute e o toque, dei uma assistência pra Wagner marcar seu décimo terceiro gol no campeonato. Reencenação da história, desapegada, feita de parceria e amizade. 

Senti mais uma vez, com a camisa 10 da seleção aurinegra CPF, o doce sabor de participar de outra Copa - as traças podem levar a camisa embora, mas o tempo não me furtará nada disto da memória. Que venha 2017, com a CPF debutante e mais uma seleção de veteranos em campo (ou quem sabe duas! Na real, eu acho completamente viável e possível uma seleção de veteranos permanente hehe). Espero e desejo estar bem vivo pra novamente fazer história, junto aos amigos queridos que tive a felicidade de encontrar neste torneio de futebol que é o Maior do Universo. Além disto, só o resto, fraturas e estrelas.  
Comentários
3 Comentários

3 comentários: