segunda-feira, 25 de maio de 2009

3 pontos (ou as 3 resenhas do RYU)



O Dia - uma tarde cinzenta.


O sol não apareceu nessa tarde de sábado. Também, não foi preciso: o RYU, time até agora apagado na CPF, mostrou que o dia cinzento veio ajudá-lo a conquistar a vitória tão esperada. O adversário, o VTU, desesperado com a campanha incipiente desse ano, foi para cima do escrete cinzento. Foi uma batalha de cinza e branco, tal qual o céu prenunciava para o apocalíptico jogo. O jogo dos desesperados. O jogo da luta, da competição aguerrida, dos guerreiros. O chão não chegou a ser tingido de sangue, o espetáculo não permitia, mas bem que a batalha tornou isso possível.
Se pode-se falar de poesia e de garra, o RYU atesta que isso é mais do que importante na competição. Afinal, mesmo com as limitações, o RYU mostra ao mundo o que é poesia e como se faz.Poesia não é feita apenas por um jogador - assim como a vitória não depende apenas de um - e aí é que está o mérito do RYU. Foi uma vitória de conjunto, uma vitória de um verdadeiro time. Foi poesia escrita com os pés.
Agora, resta falar (finalmente) algo que já deveria ter sido dito pelo RYU aos seus adversários:
K.O.!


Abraços emocionados,
Xerife Peter Mayrinck


A Vitória.

Oito jogos na Paulo Francis, ponto nenhum. Vergonhoso? Até seria, não fosse a alegria com que sempre jogamos, o respeito pelos times adversários, algumas eventuais jogadas inacreditáveis, a amizade com que encarávamos os infortúnios e, não menos importante, as bem sucedidas festas que demos enquanto calouros, além da sede por cerveja digna dos grandes veteranos da Paulo Francis. Mas ainda assim, oito derrotas em oito jogos. Toda semana era construída expectativa pela comunidade no Orkut, nos estimulávamos, recebíamos apoio incondicial de nossas musas,somente para decepcioná-las, depois de tanto torcer. E nos decepcionávamos com elas, também. A competição desse ano começou com problemas, jogador a menos no primeiro jogo, e os jogadores em campo em forma lamentável; depois, um improvável chocolate contra o BAU. Na terceira rodada, embate épico contra os calouros, talvez a derrota mais frustrante pelo bom futebol jogado e o conteúdo moral da partida. Jogaríamos então com o VTU, os veteranos que se despedem após essa competição; time querido, porém sabíamos que jogavam duro, apesar da infeliz campanha até o momento. Azarões que éramos, sabíamos que eles tentariam, sobre nós, honrar a partição do time. Faríamos o mesmo, e formado estava o cenário para um jogo cuja alcunha de "dos desesperados" era justa se entendida como fosse pela alegria da vitória o desespero.

O dia amanheceu cinza; tanto pior para os adversários, pois até o céu vestia-se com o manto do escrete cinzento. A bola escorregadia, o campo inóspito.

Começou então um jogo, a princípio, de baixo nível técnico, porém bastante pegado. Em um erro da defesa, abriram o placar os brancos. Nos preocupamos, mas mantivemos a serenidade; um gol não era motivo para desespero. Tanto é que, pouco depois, empatamos com chute certeiro de nosso zagueiro bíblico, Aaron, o incansável. Assim terminou o primeiro tempo. No intervalo, encorajávamos uns aos outros, com a amizade que nos é típica, enquanto a torcida feminina do time adversário tentava, esganiçadamente, nos desconcentrar. Cansados estávamos, mas correríamos - queríamos vencer, dar essa alegria inédita a nossa torcida e a nós mesmos.Mas que surpresa? Mal começou o jogo, e marcou o VTU. Não nos desesperemos, ainda não, pensávamos. Mas que nada, logo fizeram outro gol. De novo? Mais uma vez nossa torcida teria que dizer "foi lindo!" pra nos confortar, nossos pais zombariam das expectativas mais uma vez quebradas, leríamos comentários descrentes no blog; seríamos mais uma vez os simpáticos perdedores? Assim parecia que seria. O tempo passava, e nossas jogadas continuavam infrutíferas; a conhecida melancolia da derrota ficava mais e mais forte enquanto esperávamos somente pelo apito que a faria inevitável, concreta.

Mas se outros esperam o sol brilhar para que se faça finda a tempestade, fazemos do céu carregado nossa camisa e, naquele sábado, o dia era cinza. Em jogada que a adrenalina me faz esquecer, sobrou a bola para que, oportunista, empurrasse para dentro. Já se fazia mais honrosa a derrota, diriam, mas honra nenhuma haveria em perder, naquela tarde. Aaron, o bíblico, bateu a lateral sem a pretensão de tirar das suas mãos uma assistência, mas assim o foi,e entre adversários fez-se o espaço para que tocasse ao canto do gol. Empate, quando a derrota era certa. O peso dos amigos que me abraçavam era menor do que aquele que eu tirava de sobre meus ombros. Ambos os times agora corriam para um gol de vitória irreversível; nossos zagueiros, entre eles o xerife Peterson, garantiam uma tranquilidade que de outra forma seria impossível. Rambo buscava cada bola com ímpeto de quem não aceitaria mais falhar. Em represália a chute acidental que dei, Henrique narrador me aplicou falta dura. "Levanta, boy", gritavam a(s) VTUzete(s). Não sabiam elas que não só eu me levantaria, mas todo o RYU ergueria-se, uma vez mais, em um esforço final. "Daniel, quer bater?" pergunta R. Moura, R9. Não bateria, caberia a ele o golpe fatídico. Com precisão cirúrgica, com a força do elefante tatuado em sua perna, Rafael, com todo o RYU, aplica o Hadouken final. Gol. Três gols em minutos tão escassos. A vitória passava de mãos; enfim, para as nossas. O tempo foi amigo, e correu para que logo viesse o apito.Três pontos, mas podiam ser trinta.

Parabéns ao VTU pelo jogo bonito, feroz, pegado, porém leal. E que se despeçam da Paulo Francis com a certeza do dever cumprido; o dever de deixá-la mais alegre somente por estarem lá.
E que venha o PDF, time parceiro. Agradecemos aqui a Cazuza pela solidariedade da faixa do RYU, jogo passado. Mas agora precisamos vencê-los, e há de haver alguns Hadoukens a serem dados, ainda.


Abraços aliviados,

Daniel Ferrugem.


O Futuro - Esperando o Inesperado.


O PDF, nosso próximo adversário, além de estar invicto, com 100% de aproveitamento e possuir o melhor ataque da competição, meteu 8x0 no VTU que suamos para vencer heroicamente. Fazendo uma breve análise comparativa para entendermos melhor nossa situação, o BAU tem o segundo melhor ataque da CPF. E só deles levamos 5 gols. Para conseguir uma vaga na decisão do terceiro lugar, é necessário que derrotemos esse mesmo PDF com uma margem suficiente para anular o saldo de 2 gols que o ETC tem a mais que nós, e que deve se ampliar na provável vitória dos vermelhos diante do VTU. Resumindo: o RYU não precisa de uma vitória, precisa de um milagre.Curiosamente, pensei a mesma coisa quando perdíamos de 3x1 para o lanterna da competição e faltavam menos de cinco minutos para acabar o jogo. E o milagre aconteceu. Diante dos meus olhos, pelos pés dos meus companheiros. O PDF, claro, é franco-favorito, e os céticos podem tentar nos desmotivar defendendo que resultados da CPF vem sendo bem previsíveis até então: praticamente não diferiram de seus palpites. Pois eu uso este mesmo argumento para que nos inspiremos. Até quando vamos deixar a mesmice, o clichê e o previsível tomarem conta da nossa competição? Até quando vamos nos submeter a ditadura dos favoritos? Sei que muitos dos nossos rivais rirão alto ao ler esse texto. Ótimo, deixem que riam. Também riram de Colombo quando ele disse que a terra era redonda. Também riram de Galileu quando ele disse que éramos nós que girávamos em torno do sol. E olhem a terra hoje, toda redonda, girando em torno desse sol soberano, flamejante como um Hadouken de Fogo.


Abraços confiantes,

Matheus "Rambo" Torreão

Comentários
7 Comentários

7 comentários:

  1. Matheus: melhor texto!

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  2. huahuahuahua
    Levanta Boy!

    Indo pra o que interessa. Esse sábado vai ter a prévia da grande festa final. Pra comemorar a vitória do RYU sugiro que seja na casa de Matheus. E aí?

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  3. Eu diria mais: na casa de Matheus e com show da Caravana.

    Abraços,
    Gabriela.

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  4. "sem pressão", matheus!

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  5. hahahaha
    limpeza, vamo nessa!

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