O retorno de Cazuza e o retorno da poesia

Por mais que no título acima aparente haver uma conexão, não foi Cazuza quem trouxe de volta a poesia aos gramados da Paulo Francis. O retorno do craque foi um fato. E outro fato foi o retorno da poesia. Não falo da poesia de rebolados e dribles extraordinários. Falo de uma poesia mais rara e essencial (pois quanto mais raras as coisas são, mais essenciais são às nossas vidas). Falo de uma poesia ludicamente futebolística. Uma poesia inalcançável. Um milagre constante que acompanha o PDF desde o inicio do campeonato. Não digo que somos os melhores e muito menos que somos o time de estrelas do campeonato. Digo que possuímos uma poesia. No futebol, nada é mais poético do que a raça e vontade de vencer. Esse ano uma oportunidade foi dada à escrete dos verdões e estamos aproveitando. Somente isso. Estamos nos divertindo com cada lance, com cada gol, com cada foto e com cada vídeo. Para alguns perdedores, isso é deboche. Mas para quem bem conhece o PDF, sabe que esse time certo e ereto (sempre ereto, vale ressaltar) está apenas desfrutando da poesia que resolveu acompanhar-nos durante essa edição da Copa.

Ganhar do ETC foi poético. A raça e a vontade de vencer bastaram ao PDF. O ETC lutou bravamente, mas a poesia estava do lado do PDF. Não adiantava, a vitória já estava prevista. É dessa força indescritível de que falo. Uma prévia escritura das estrelas que nenhum Cabeludo ou Cubano mudaria. Pois é, Cubano! Nem mesmo a revolução pode conter o destino traçado pelos Deuses. Ele é incontestável. Assim como é incontestável a genialidade de Princesa Sarah e Luiz. Assim como é incontestável o suor bem gasto de Cazuza, Pedro Paulo e Gustavo Taipa. Assim como é incontestável a raça de Chico e Rafael. Assim como é incontestável que nesse ano o ETC veio acompanhado das famosas reticências da incerteza...

Que os Deuses acompanhem o PDF. Pela primeira vez, depois de um ano e meio, jogarão com sua formação completa e original. E logo contra o RUN. Está na hora de mostrar aos calouros qual a diferença entre a ter benção dos céus e ter uma mera sorte de principiante.

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por Eduardo Cazuza.