domingo, 15 de maio de 2016

PCF 13 x 1 PCC



Eu deveria estar escrevendo meu TCC.

Ao invés disso, fiquei vasculhando posts de quase dez anos atrás do blog. Então dei de cara com uma tradição abandonada da Copa: um relato pessoal de algum jogador ou uma resenha sobre a partida da qual ele participou na rodada. Foi interessante e divertido ler posts de personagens históricos como Wagner Sarmento, Gustavo Maia, Diogo Madruga e outros jurássicos. A provocação, a autopromoção, a fantasia. Resolvi fazer algo do tipo. Sugiro aos mais novinhos que sigam a nova velha tendência.

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Reestreia (quase) impecável
Eu já tô na minha quinta Paulo Francis. Ainda tenho esta e mais uma pela frente. Porra. Eu revejo minhas fotos de 2012 no Facebook e dou de cara com um calouro cabeludo e de face lisa, um tanto quanto vibrante - muito em oposição ao consagrado veterano, barbudo, cabelo curto, menos emotivo e mais racional, provavelmente em razão de se acostumar aos fracassos.

Acostumar um caralho! Eu cansei de dizer que não quero me formar sem ser campeão da CPF. Inclusive estendi minha graduação para conseguir isso, enquanto meus colegas já se formaram - na verdade foi para continuar estagiando.

Eu deveria estar escrevendo meu TCC.

Enquanto não arrumo coragem para isso, abro o bloco de notas para tentar ~pôr no papel~ os lances do jogo desse sábado, contra os ex-calouros e sparrings do PCC. Qual não foi o meu descrédito ao ver a bola no fundo da minha própria rede aos cinco minutos de partida? Eita porra, começamos bem, hein? Coloquei a mão na cabeça, não consegui pronunciar a bronca que queria dar no meu zagueiro (somos amigos, mas sempre tive medo da ~delicadeza~ dele) e joguei a redonda para a marca central. Jogo que segue.

Eu deveria estar escrevendo meu TCC.

Entretanto tô aqui lembrando como eu estava espantado por nossas jogadas, que trituraram tanta gente em 2015, não estarem fazendo efeito. Só bola fora. Só chute torto. Só jogada errada. Eu, euzinho, tendo trabalho contra o PCC. Peraí, pô. Aos 12, então, o alívio. Não era possível que iríamos fracassar na estreia contra o pior time da história do torneio.

Já não lembro mais quem fez o primeiro. Só que ele veio acompanhado do segundo, do terceiro, do quarto, do quinto. Com este, o fim do primeiro tempo. Estávamos de volta, Fusca velho à necessidade de empurrões. Calouros e veteranos fazendo uma zorra maravilhosa na arquibancada da Arena Pocotó Paladium.

Eu entrego meu TCC daqui a um mês.

Acho que a Copa vai foder o cronograma do trabalho final da minha graduação. Me perdoe, cara orientadora. Prioridades. De toda forma, lembrei que o segundo tempo começou. Voltamos a dar alguns vacilos na defesa, mas tive que dar um murro na mesa e mostrar quem foi o melhor goleiro de 2012 e 2015. Aqui não, porra. Acho que foi o suficiente para o time se acertar e desfilar novamente o futebol vistoso de quase sempre. Meu c-c-c-capitão não fez gol, mas foi o cérebro da equipe, distribuindo bolas importantes pelo campo. O soldado advogado de ferro fez o que sabe melhor - demolir defesas adversárias - e a frágil linha de retaguarda verde-limão inspirou pena, muita pena. O misterioso rapaz do vôlei desfilou sua habilidade característica e também deixou seus tentos. O monstro da zaga passou a colaborar mais comigo e os atacantes deles tremeram. O muso deu mostras de sua canhota poderosa. Eu ainda fiz uma ou outra defesa, mas é só meu trabalho. Porém, o grande momento da peleja foi o gol do pequeno grande homem, o primeiro em cinco edições. Boa, meu pirraia. Provavelmente vibrei mais do que se tivesse sido um gol meu (também quero marcar um, ainda).

Meti um "(quase)" ali no título só porque o gol que tomei foi sem-vergonha pra cacete. De toda forma, ganhamos. Estamos mais velhos, mais barrigudos, mais sem fôlego, mas pelo menos uma coisa amadureceu nessas cinco temporadas: a vontade. Não cresceu, pois sempre foi incalculável desde a tenra calourice. Se transformou. Estamos mais conscientes do que podemos fazer, sem esquecer do objetivo, da grande meta, da bola no fundo da rede oponente. 13x1 foi um bom começo. Mas, com todo o respeito aos amigos do PCC, ainda acho que foi pouco. Que venham os calouros.

Carai, meu TCC, véi.

Mike "The Wall", neé Taipa, Torres - goleiro e técnico do PCF, cansado de procrastinar e com medo de se foder no TCC.



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(Prometo que os próximos textos serão mais objetivos e concisos e menos "textão". Este foi só um pontapé inicial.)

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Claramente o blog não é como antes. Não sei como permitem esse tipo de gente escrevendo. #SHAME

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  2. Claramente o blog não é como antes [2]

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