quarta-feira, 25 de julho de 2007

Adeus laranja...


Atletas, colegas, conselheiros e irmãos da grande família chamada Pia Futebol Clube, como muitos já devem saber, é com muita tristeza que venho anunciar oficialmente a minha despedida do glorioso esquadrão laranja. Durante toda a minha carreira defendendo o manto piense, recusei diversos convites de clubes do Brasil e do Exterior, provando o meu amor pelas honrosas cores do mais querido e popular escrete da história da Copa Paulo Francis.
No entanto, como era de se esperar, o continente ficou pequeno demais para o meu futebol e resolvi seguir o caminho natural dos grandes craques do país. Bastou eu deixar a minha marca nos dois primeiros jogos e encabeçar a lista dos artilheiros do torneio deste ano para despertar o interesse de outras equipes. Depois de rejeitar propostas do Real Madrid, Chelsea e Milan, aceitei o convite milionário para ser o galáctico da Associação Esportiva Golfinho, de Fernando de Noronha.
Além de mostrar o meu talento com a bola, o contrato com o clube prevê ainda que eu trabalhe nas horas vagas como repórter da afiliada da TV Globo que opera no arquipélago. Mas como vou viajar já na próxima terça-feira, não poderei atuar na próxima rodada da Copa pois estou resolvendo detalhes contratuais e já cedi os meus direitos de imagem para a equipe de Noronha.
Porém, fama, mulheres e milhões à parte, o momento é de tristeza. Sem medo de errar, digo com toda certeza que ninguém ama mais a PIA do que eu. Participei da sua fundação, me tornei capitão e sempre lutei com garra dentro de campo, desde às injustas goleadas sofridas nas primeiras edições até o histórico título no campeonato do ano passado, no qual eu tive a honra de levantar a taça – acreditem, levarei este momento para o resto da minha vida.
Junto com esta lembrança, carregarei também o sonho realizado de quatro jovens que idealizaram um campeonato de futebol no curso de jornalismo da UFPE. Vi a Paulo Francis nascer, tomar forma e ganhar vida própria. Sempre fiz parte do comitê organizador e hoje me orgulho de ser o terceiro conselheiro deliberativo da Copa.
Como o futebol sempre desperta paixões, a minha participação e a de outros colegas no torneio deste ano foi equivocadamente interpretada como uma transgressão. Mas como a CPF sempre foi balizada pela amizade e transparência tudo foi esclarecido e o companheirismo prevaleceu mais uma vez. Todos, sem distinção, da chamada Velha Guarda da CPF, são verdadeiros irmãos.
Família que também encontrei no meu já saudoso time. Se o Brasil é a pátria de chuteiras, a PIA é o orgulho do futebol! Edson, Diogo, Carlos, Gatis, Paulo, Vítor e Bruno e outros que tiveram o privilégio de sentir a mística da laranja jornalística entendem o que estou falando. Para os de fora, o nosso time pode ser lembrado talvez pelos tipos esquisitos, jogadas exóticas ou gols pouco comuns. Para nós, atletas, o que fica na memória é, acima de tudo, a união do grupo.
Ao longo das nossas partidas, aprendemos mais que correr ou fazer gols. Títulos, medalhas e troféus são esquecidos, mas verdadeiros amigos jamais. Saio dos campos para entrar na história da CPF com o mesmo sentimento que tive quando vesti pela primeira vez aquela camisa laranja: um jogador que podia não saber direito desempenhar seu ofício, mas amava-o profundamente! PIA para sempre!
Leonardo Vasconcelos
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

  1. Mais do que um correligionário, Léo sempre foi pra todos que fizeram e faz a Paulo Francis um exemplo de dedicação pelo amor.
    Arrisco-me a dizer que, de todos os jogadores do presente e do passado da CPF, Léo foi o que mais amou um time.
    Amor motivado não pelo interesse, legítimo, de se tornar artilheiro ou o craque da CPF. Mas um amor motivado pela identidide que uniu o grupo piense.
    Essa nova empreitada, irmão, é mais um passo na correira que você vem construindo em princípios sólidos, como competência, dedicação, ética e honestidade.
    Você deixa a família Pia e se integra à família Globo.
    Eu como membro desta família há quase quatro anos (estágio, prestação de serviço e contratação)posso dizer que lhe recebemos de braços abertos.
    Voe sempre mais alto, mas não tão longe que não possa ver de onde veio.
    Abraços...

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  2. Sempre que alguém falava em Copa Paulo Francis vinham a mim várias sensações: orgulho, paixão, emoção, satisfação, prazer.

    Mas, sempre que falam em Copa Paulo Francis uma única imagem me vem a mente.

    Léo no alto do pódio. Sua medalha reluzindo no peito. A taça erguida. E uma única frase "PIA te amo".

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