quinta-feira, 27 de junho de 2013

CPF entrevista: Wagner Sarmento

São 11 anos de vida. A CPF já teve momentos e jogos históricos. E claro, jogadores que deixaram seu nome fincado nos anais da competição. O bate papo da vez é simplesmente com o maior artilheiro de todos os tempos da Copa Paulo Francis, Wagner Sarmento. Seus números foram perdidos há muito tempo, mas estima-se que tenha balançado as redes mais de 460 vezes. Um monstro sagrado, que pertenceu ao MAA, equipe que participou da CPF entre 2003 e 2008, quando muitos que hoje disputam a CPF eram zigotos (talvez não Mmmmmaurício). Sarmento, que é o biógrafo oficial do boxeador Acelino Popó Freitas, tirou uns minutos de suas férias em Boston-EUA para papear com o tio Francis. Confira!

Sarmento, à época do seu gol 50 na Copa Paulo Francis
Francis: Após uma edição inteira, você ainda possui o recorde de gols. Como você vê a perseguição dos novos atacantes ao seu recorde fantástico?

Sarmento: É uma pergunta que tem dois lados. Lógico que existe a questão da vaidade e não vou negar isso. Quem jogava comigo sabia a importância do recorde. Suei muito para atingir essa marca e tenho vontade de vê-la se perpetuar. Lembro que, quando estava perto do gol 50, contestaram a marca de 46 gols em cinco edições. Aguentei calado e fiz 18 em apenas uma edição, para todo mundo ver. Por outro lado, acredito que seja natural ser ultrapassado. Se acontecer, vou ficar feliz, porque será certamente alguém que mereceu e que se dedicou tanto quanto eu. É o velho clichê de que recordes existem para serem quebrados. Só digo uma coisa: quem quiser se atrever a essa missão vai ter que suar.

Francis: A CPF chega aos 11 anos de vida com recorde de times. Dá um pouco de saudade dos climas dos sábados?

Sarmento: Nem me fala. Fico me coçando quando vejo toda a movimentação. A crise da aposentadoria, para mim, ainda não passou. Por ter sido um dos fundadores, por ter vivido momentos especiais, pelos amigos que fiz na Copa, é difícil ainda, mesmo cinco anos depois de formado, aceitar que minha história na CPF acabou. O que ameniza é saber que estão cuidando bem dela. Digo sem bajulação que a Copa hoje é muito melhor do que era na minha época. É um orgulho saber que a gente plantou essa semente direitinho. O maior golaço que fiz - ou melhor, que ajudei a fazer - foi construir um evento que mistura jornalismo, esporte e comunhão.

Francis: Fontes afirmam que você foi convidado para a Copa nesta edição, mas que esnobou o evento por conta de Popó. O que você tem a dizer?
Wagner tirou uns minutos de suas férias em Boston para o Blog da CPF

Sarmento:
Hahahaha. Essas fontes maliciosas sempre me perseguem. Aprendi uns jabs e cruzados com Popó e, se encontrá-las por aí, mostro que, além de poder de finalização, também tenho poder de nocaute. Mas, falando sério, ainda estou vendo se consigo aparecer um sábado por lá. A Copa calhou de rolar num momento em que tenho andado muito cheio de coisas, mas pode ter certeza de que jamais vou esnobar um amor.

Francis: Existe uma reivindicação antiga das meninas para elas apitarem seus próprios jogos. Como entusiasta da pelota, como você vê o pedido?

Acho que nem deveria haver discussão a respeito disso. Hoje a Copa Patrícia Poeta já não é só um apêndice da Paulo Francis, ela caminha sozinha. O pleito é lícito e não tem motivo para não ser atendido. A CPP é delas e para elas. Como em society não tem impedimento, não tem risco de elas errarem.

Francis: Em 2013, RYU, FDM e PCF estão empatados na liderança com 7 pontos. Você acha benéfico isso ou prefere um time "manda-chuva" como já houve no passado?


Sarmento:
Não tem mais bobo no futebol, amigo. No começo da CPF, havia uma disparidade gigante entre as equipes. Havia um ou dois times muito superiores, organizados, que já jogavam juntos, contra amontoados desfalcados e armados de última hora. O MAA, minha seleção, sofreu muito com isso. Nem todo mundo entendia a importância da Copa e isso acabava enfraquecendo algumas equipes. A realidade foi mudando com o tempo. A Copa evoluiu em todos os aspectos e o equilíbrio veio na esteira disso. É muito mais emocionante você respirar a incerteza e saber que todo mundo pode chegar lá do que entrar num campeonato em que todo mundo sabe como vai terminar. O futebol só é bom quando é uma caixinha de surpresas e o mundo sem clichês seria um saco. Agora, mesmo para quem está lá embaixo, a lição é acreditar sempre. O MAA só foi ser campeão aos 45 do segundo tempo, na nossa última participação na Copa. Pelé sem Copa do Mundo não teria graça.
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