PDF (esquerda) e RUN (direita) se concentram antes do jogo do último sábado |
Veio 2010. Competência e sorte mudaram de lado. Ao invés de dois rounds, a disputa teve que se resumir a um e fatídico jogo. Deu RUN. E a goleada do ano anterior foi devolvida. Quatro a um. Não tão elástica, mas, talvez, mais dolorosa. Com requintes de crueldade, o resultado privou os jogadores do PDF da experiência de chegar novamente à final. E eles ainda tiveram que ver os algozes levantarem a taça. Ficou o sentimento de revanchismo. Vingança. Sentimentos que persistirão até a última vez que os times se encontrarem, algo que invariavelmente acontecerá em 2012.
Nariz de cera à parte, torna-se necessário apenas - até para que sirva de base de pesquisa para a historiografia do futebol jornalístico do século XXI - situar o leitor no contexto do jogo do último sábado, dia 14 de maio de 2011, quando foi disputada a terceira rodada do torneio. Na liderança, com seis pontos, 15 gols marcados e três sofridos, o PDF. Logo abaixo, com quatro pontos, menos da metade de gols pró - sete - e cinco contra o RUN. A escrete esmeraldina, sem Rafael Sotero, machucado, e Paulo P.P., adoentado, não tinha reservas. Do outro lado, um batalhão de jogadores laranjas. Reservas aos montes. Baixa, apenas a do goleiro titular nas duas edições anteriores, o presidente da CPF 2011, Rafael Magal.
Dois craques. Dois times. Dois títulos. Uma paixão: Copa Paulo Francis |
Ao jogo: o começo, como não poderia de deixar de ser, foi nervoso. Truncado. Digno de qualquer final de torneio. De clássicos. Havia muito em jogo. A liderança, inclusive. Para os PDFs, a honra alvejada no ano anterior. Para os Runners, a dignidade estraçalhada na final de 2009. Em campo, todos os olhares se voltavam para "o cara" de cada equipe, que vêm a ser os atuais maiores craques da Copa Paulo Francis: Anderson Princesa Sarah e Eduardo Donida. Discretos fora de campo, dentro das quatro linhas os dois são onipresentes. São para os adversários o que Tapacurá é para o Recife. Perigo constante. Ameaça intrínseca. Frente a frente, a dupla se respeita. Mas não se teme. É Golias versus Golias.
Anderson acumula funções: princesa e maestro |
Quem primeiro quebrou o clima de tensão do jogo foi o Pelé Ruivo. Tal qual um cavalo de fogo, irrompeu pelo gramado e desferiu um coice na bola. Gol. O maior momento do futebol saiu dos pés descalços de Anderson. E assim, o grito da torcida do PDF, mais estridente quando o jogo é contra o RUN, pôde ser lançado aos ares. O trabalho de equipe e a confiança em alta com os bons resultados da temporada mantinham os esmeraldinos focados. A aplicação tática parecia ter nascido de berço. A garra e a marcação, princípios incutidos na primeira infância. Tudo continuasse da mesma forma, a vitória não haveria de escapar.
Memórias da taipa |
E veio o acaso. O intempestivo e traiçoeiro destino colocou a bola nos pés de Donida. Faltava pouco para o fim do primeiro tempo. Ele estava no próprio campo, sem marcação. A meta oposta ao longe. Nenhum perigo de gol. Defendendo as balizas adversárias, o goleiro Gustavo Paredão Ex-Presidente Maia. Ele, que já havia falhado contra o RUN. E feio. Levou gol de goleiro. Talvez lembrando-se desse evento, dois anos antes, Donida resolveu arriscar. Eis que a bola desferiu sua trajetória impunemente. Sem muita força, foi quicando. Gustavo se ajoelha e estica o braço esquerdo, no intuito de escorá-la. No meio do caminho, no fim, não se sabe, algo dá errado. A bola pune. Lentamente, ela segue em direção ao gol. Sem reação, o goleiro se limita a olhar para trás, estarrecido. Apita o juiz Deco π. Vergonha. Desculpas. Promessas. Três etapas vividas com intensidade pelo arqueiro do PDF nos poucos minutos que separaram o primeiro do segundo tempo.
Pausa. Momento de repensar táticas, reaprumar a cabeça. Seguir em frente. "Cabeça erguida, ainda tem muito jogo pela frente", convocava Anderson. Entre os integrantes do RUN, o empate estava saindo melhor que a encomenda. Não haviam apresentado o futebol brilhante de outrora. O time, viciado em bolas paradas, dependia muito de Donida. Mais do que o normal. Mais do que o aceitável. Futebol é esporte coletivo.
Volta a rolar a bola. A apreensão toma conta das torcidas. Por pouco tempo. Quem é da realeza sabe ser pontual. E Princesa Sarah não deixaria seu súditos esperando nem sequer um minuto a mais que o necessário. Caixa. Em uma jogada clássica do seu vasto repertório, cortou o zagueiro e meteu a bomba. PDF na frente. Anderson se aproximando da artilharia e colocando seu nome entre os favoritos para o posto de Craque CPF 2011. Enquanto o ruivo fazia chover em campo, ainda que a água houvesse cessado antes do início da partida, Eduardo Cazuza, Luiz e Chico se desdobravam em um serviço de operário. Marcar, marcar, marcar. Os Runners sofreram para chegar até a área adversária. E escolhiam lançamentos longos para alcançar a terra prometida. Encontraram, no entanto, um goleiro menos fragilizado do que esperavam. Em arremessos laterais, a arma dos laranjas era colocar Resk Ex-Chiliquenta na área. Sem sucesso.
O trabalho em equipe do PDF com as pitadas de genialidade de Anderson começou a dar mais frutos. Em lance belíssimo, o Pelé Ruivo foi até a linha de fundo do RUN, driblou Donida deixando-o estatelado no chão para rolar a bola, com carinho, para que Luiz apenas completasse. Três a um. O placar elastecido não fez desligar o sinal de alerta dos verdes. Mas o quarto gol, marcado por Chico, que em quatro anos só havia ido às redes uma vez embeveceu os jogadores do nono período. Exultação plena. Quatro a um. Resultado igual ao obtido a favor dos laranjas em 2010. Estava escrito.
Retrato de uma equipe vencedora. Em quatro confrontos contra o RUN, três vitórias |
Até a aposentadoria compulsória do PDF, no final da CPF 2012, existe a possibilidade de outros três confrontos entre verdes e laranjas. Isso caso os dois se encontrem nas fases finais. Sem dúvida, a perspectiva é de partidas disputadas a ferro e fogo. A sangue. Entra em campo a alma de cada jogador. É PDF contra RUN. Um confronto que, até agora, já rendeu material suficientes para muitas páginas de livros de História.
Só tinha um reserva no RUN.
ResponderExcluirÉ que eu valho por montes! Chega o/
ResponderExcluirCaraca.
ResponderExcluirchora
ResponderExcluirAchei essa reportagem muito verde. Mas tudo bem...
ResponderExcluirO RUN só tem Dudu e aparições esporádicas do resto, na maioria da vezes, chilicando.
ResponderExcluirJá vi que isso é calouro falando. Atualiza o discurso, meu querido.
ResponderExcluirPois é, Vitor, atualiza aí que "o resto" já parou de chilicar! Só Resk reclama agora. De resto, concordo!
ResponderExcluirAbraços,
Diogo.
Nosso grande Magal, o muso dos musos da CPF, não tem substituto. Ainda assim, o RUN segue vivo!
ResponderExcluirFrávs, é que ganhar do RUN é especial :D
ResponderExcluirO texto tá verde, mas tá muito bonito.
eu vi dois reservas no RUN.
ResponderExcluiruhuhuhuhuhuhuhuhuh
Confesso que ainda não li porque tá enorme e habemus preguiça.
ResponderExcluirAbraços,
Diogo.