A Maldição dos 5 Pontos

Era um clima sereno que visitava a cidade do Recife numa noite qualquer de um dia menos importante ainda. O negrume do céu escondia o azul que saudava as manhãs da Veneza Brasileira. Eis que, gota a gota, nuvem a nuvem, tudo de repente mudou. O negro e o azul foram reduzidos a cinza(s), e foram dois os destinos decretados, ao mesmo tempo: o primeiro foi que este ano, a Copa Paulo Francis seria dos cinzas. O segundo, foi A Maldição dos 5 Pontos. O craque aposentado do BAU, Diogo Madruga, ao ver a ameaça torrencial de inundar a CPF de sucessos do RYU, invocou as forças de Tupã, seu pai espiritual e guru do BAU, e sentenciou: 

 "Neste ano de 2011, ano da VIII Copa Paulo Francis de Futebol e Jornalismo, o RYU não perderá, pois os céus estão ao seu favor. Em contrapartida, também não ganhará. A Copa há de ser manobrada aqui na terra, como no céu, para que o escrete cinzento viva o pesadelo de cinco pontos em cinco jogos."

Como devoto que é do deus-sol, Diogo ofereceu os mais diversos presentes como gratidão a Tupã. Desde um pen drive, uma promessa de uma bolsa da Sadia, e parte do dinheiro arrecadado na Troça Carnavalesca Jornalística Futebolística Paulo Francis, além de algumas camisas. O pedido foi atendido e, como profetizado, tanto na terra, como no céu, tudo parece estar mantendo o RYU dentro dos cinco pontos fadados a ganhar.

Na primeira rodada, o palpite foi empate, o árbitro, Madruga. Não podia ser diferente. Na segunda rodada, mais um palpite de empate, o protagonista, a chuva que caía às bicas do céu. Mal deu pra jogar. Terceira rodada, situação inusitada. Os calouros ganhavam, os jogadores cinzas pareciam todos ressacados, até que veio o empate. Fora do campo, Diogo discutia com uma torcedora do RYU, ameaçou fazer o time perder se não lhe pagasse uma dívida antiga. A torcedora negou... gol dos calouros. Logo depois, a dívida foi paga, e a promessa cumprida: a maldição permanecia, dessa vez, para salvar o RYU.

A quarta rodada traz o confronto entre RYU e PDF. E é em respeito a esse, que é o confronto dos dois times que mais aprecio como rivais na Copa Paulo Francis, que eu, imbuído da força da magia de Tupã e dos shamãs tupinikins, decreto, enfim, quebrada a maldição. O Sol já está satisfeito da sua sede de vingança. Daqui pra frente, a Copa só vai depender dos jogadores. Os deuses, o céu e a terra serão meros espectadores.

Abraços,
Diogo.