As Patrícias do Paulo

A Copa Paulo Francis é das mulheres. Eis uma verdade inexorável. 

"essa Copa está violentississima"

Verdade que derruba mitos antigos, dúvidas passadas, previsões sombrias.
Verdade que o torneio sempre contou, desde o começo, com a presença feminina. É a dose indispensável e nada homeopática de histeria, beleza e encanto.
Verdade que a Copa surgiu pra ser o último reduto masculino do CAC. Brincávamos com a bravata de criar um Clube do Bolinha no curso de jornalismo da UFPE. Mas já sabíamos que, sem as Luluzinhas, nada feito.
Se foi difícil consolidar a Copa Paulo Francis entre desfalques, intempéries e as naturais atribulações da vida nossa de cada dia, ainda mais árdua seria a tarefa de erguer e sedimentar a Copa Patrícia Poeta. Nos primeiros anos, não havia sequer campeonato, apenas um jogo no dia da final masculina entre as poucas mulheres que apostavam na ideia. Foi assim até o ano em que saí, 2008. A CPP, de muletas, maquiagem borrada, parecia fadada ao fim.
Tolo engano.
Nos últimos sábados, as meninas deram todas as demonstrações – algumas sutis, outras nem tanto – de que a Copa, definitivamente, é delas.
O olho roxo, a barriga da grávida riscada com RUN em letras garrafais, as bexigas alaranjadas, os berros das insuportáveis torcedoras do RYU (é brincadeira, viu?), a folia das calouras após mais uma vitória. Cinco motivos e uma certeza: elas estão de parabéns.

Texto escrito por Wagner Sarmento