BAU 4 x 0 DPC

Escondiam-se os últimos raios de sol quando a bola rolou. A noite no Recife vem cedo, mas no relvado da Arena Paulo Francis não faltou luz no embate entre o BAU e os calouros DPC. A chama da vitória ardia no seio das duas equipes. Com campanha idêntica até o momento — derrota na primeira rodada e vitória na segunda — buscavam afirmação na partida, para a qual tinham novidades. A do DPC, estética. A do BAU, identitária. Solares é como os outrora Amarelos do BAU se apresentaram em campo diante dos calouros, que, por seu turno, estreavam uniforme violeta. O efeito da mudança foi explosivo. O BAU, com um futebol ensolarado, assolou o DPC, com um categórico 4 a 0.

Apesar do placar, o jogo não foi fácil. O primeiro tempo foi bastante equilibrado. Os dois times foram bem na marcação, e o jogo estava truncado, com muitas faltas no meio de campo. Vinícius, do DPC, o líder em botinadas. Num lance de bola parada, JG "Ronaldão" abriu o placar, ao completar, de peito ou ombro, uma cobrança de escanteio de Breno. O DPC, por sua vez não levava muito perigo. Esperança dos roxos, Deco24 mal conseguiu chutar a gol, e quando chutou, Nilton segurou. Ainda no primeiro tempo, João Guilherme voltou a machucar o joelho e foi substituído por Diogo "Boneco de Olinda" Guedes, virando dúvida para o resto da temporada.

Mas o melhor do jogo estava por vir. No segundo tempo, com Túlio, Breno, Diogo Madruga e Fábio Mendes (que se atrasou e chegou pouco antes do intervalo, substituindo D. Guedes), o BAU da felicidade foi aberto. Com o time muito bem posicionado na defesa, contando com a marcação firme de Túlio e Breno, os Solares foram às redes mais três vezes. Duas delas em jogadas construídas com o calcanhar. Primeiro, Diogo Madruga triangulou com Breno — que lhe passou a bola de calcanhar — e fuzilou o canto direito de Romero. Depois, Túlio ganhou disputa no meio e tocou de calcanhar para Breno; o ex-artilheiro e agora armador do BAU viu a saída do goleiro Romero e rolou para Diogo Madruga, que não perdoou e marcou o segundo, garantindo a presença na seleção da rodada.

O DPC continuou tentando, mas não se encontrando. O BAU controlava o jogo de tal forma que o goleiro Nilton reclamou de não chegarem bolas para defender. Os solares reduziram o futebol do DPC a meros raios ultravioletas — imperceptíveis a olho nu. Já perto do fim do jogo, enquanto prendiam a bola no ataque para deixar o tempo passar, os solares chegaram ao gol derradeiro. Breno fez o pivô e passou para Túlio, que bateu prensado; a bola pegou Romero no contrapé e morreu mansa no fundo do gol. 4 x 0, placar final.

Com a goleada, o BAU assumiu a liderança da Copa Paulo Francis, beneficiado pela derrota do RUN para o RYU. O feito é inédito em quatro anos de disputa, e deixou os solares extasiados. A escolha do nome solares mostrou-se afortunada. O novo desafio do BAU é a manutenção desta nova cara nos jogos difíceis contra o PDF e o ETC. Quanto ao DPC, é vencer ou vencer nos próximos dois jogos, contra RYU e RUN.