Era dia ainda. O sol cobria timidamente a Arena Paulo Francis – localizada no Clube Líbano –, os jogadores se preparavam psicologicamente, as fiéis torcidas do DPC e do RUN quedavam aflitas, roendo unhas, bebendo cerveja descontroladamente. Um jogo importante, pode-se dizer. De um lado, o RUN lutava para subir novamente ao topo da cadeia alimentar. Do outro, os calouros do DPC tentavam uma partida que poderia ser decisiva para a possibilidade de chegarem a final. Estes já haviam quebrado o maior dos prognósticos, duas semanas antes, ao vencerem o atual campeão da CPF numa partida que ficará para sempre, como cicatriz, estigmatizada ao lado esquerdo do brasão do PDF. Estavam esperançosos.
Tudo pronto para a partida começar, mas os roxos não tinham jogadores suficientes para completar o time. O RUN decidiu retirar um dos seus. Oito entraram em campo e o apito foi dado. Felizmente, a situação não durou tanto. Logo chegou um integrante do DPC, short escorregando pelas pernas, mochila caindo dos ombros e disposição de sobra. Mais dois ocuparam o campo e a partida de fato começou. Os laranjas estavam entrando pesado. Cada passe do DPC era cortado, o jogo de corpo era a máxima. “Fecha tudo, não deixem eles passarem”, gritava de tempos em tempos o capitão interino Terni Farofinha, “eles já passaram no vestibular, já é suficiente”. A tática se provou eficiente. Com os calouros ansiosos para chegar no ataque, mas neutralizados pela defesa, Terni e Donina, uma dupla de ataque venenosa, fez a festa.
Quatro gols foram marcados pelos laranjas ao longo do jogo, não obstante ter sido uma partida tensa. Cena que ilustra bem o jogo, e que se repetiu bastante, foi Carlão Babylook (RUN) usando uma técnica que ficou conhecida como “defesa do rinoceronte” (por motivos óbvios, dispensa explicações) e Vinícius (DPC) caindo a rodopios antes mesmo que Babylook (ou qualquer outro do RUN) chegasse. Porém, mais ainda do que tal cena, o que representou de fato o jogo foi a agilidade de Terni Farofinha. Unanimemente, o ponta-direita do RUN foi eleito o melhor da partida, sendo escolhido pela primeira vez no ano para a seleção da rodada do blog da CPF.
Aos trancos e barrancos, o jogo foi chegando ao final. Os calouros, determinados a não passar a partida em branco, finalmente marcaram o gol de honra. O resultado ficou por aí (4x1), e a vitória acabou nas mãos do RUN, como se esperava. Expectativas confirmadas, calouros inconformados. Deco24 (essa hora, ainda de camisa), ao sair do jogo, declarou polemicamente: “não se pode ganhar jogo sozinho”. O capitão dos roxos já está cotado para o prêmio de chiliquenta deste ano. No fim, os ânimos se acalmaram, a tensão se esvaiu, a situação de confraternização voltou ao normal, a luz do sol foi se rareando ainda mais e aqueles que ainda há pouco eram gladiadores na arena sentaram, pegaram uma cerveja e apreciaram os outros dois jogos, como o mais comum dos espectadores.
Faltou dizer que, nesse jogo, Donida assumiu finalmente sua condição de cheirador de lóló, vestindo a camisa com o nome Lolly nas costas!
ResponderExcluirAbraços,
Diogo.
É importante ressaltar que a fotografia que abre a resenha foi eleita a pior foto de todos os tempos por uma comissão de fotógrafos presidida por Sebastião Salgado.
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