domingo, 9 de maio de 2010

O AMARGO GOSTO DA DERROTA

Perdemos. Há 722 dias não sentíamos o amargo gosto da derrota. Daquele 17 de maio de 2008 - quando perdemos do ETC por 4 a 2 - até o último sábado, foram oito jogos e oito vitórias. Uma série jamais vista (pelo menos, por mim) na história da Copa Paulo Francis. Mas não é dos momentos de glória que falarei agora. O último sopro do apito do árbritro no jogo, quando no placar se via PDF 1 x 2 DPC, me entristeceu intensamente. É dessa história que vou falar um pouco agora.

De início já havia um clima muito estranho no ar, de desânimo. O clima chuvoso, a certeza de que o nosso eterno capitão Cazuza estaria na Arena Paulo Francis apenas para nos assistir e a insistente demora de Paulo a chegar não eram bons indícios. Nem a foto do time nós tiramos. Enfrentar os calouros, por outro lado, não nos assustava. Para falar a verdade, por mais que estivéssemos tentando manter a humildade, tenho que admitir: menosprezamos os daltônicos. Afinal de contas, éramos (somos) o PDF, o esquadrão verde, o campeão dos campeões. Equipe invicta e retumbante em 2009. Quem poderia nos abater?



Mesmo após um início preocupante, que contou com a contribuição da brilhante atuação de um aguerrido RYU, é bem verdade, nós, jogadores do PDF, só pensávamos em golear. "Os calouros perderam de seis. A gente tem que fazer saldo", cheguei a dizer. E começou. A torcida começou a se aglomerar no alambrado. A vibração, com louvável exceção de alguns gritos de alguns poucos torcedores em momentos espaçados da partida, não lembrava o mar verde e revolto que se viu ao redor dos gramados no ano passado.

Dentro de campo, pior. Apesar da entrega física dos quatro jogadores de linha, claramente desgastados pela vida boêmia, faltava alguma coisa. Revendo os vídeos da conquista da CPF 2009, identifiquei a lacuna. Raça. Essa palavra de quatro letras que nos levou ao título. Mais do que técnica, genialidade, inteligência tática, era a raça que fazia diferença. Tanto foi assim, que substituímos o grito de guerra da equipe de "Avante PDF" para "Raça PDF".

Primeiro tempo. Bombardeio. Quase não toquei na bola. Chuva. A torcida se afasta. O goleiro deles fazia milagres. Ao fim dos doze minutos regulamentares, zero a zero. Era inacreditável. Cazuza gritava fora dos gramados, "vamo lá, vamo ganhar essa porra". Por mais inspiradores que fossem seus brados, a sua presença fazia falta. E com isso não desmereço Chico e/ou Rafael, que substituíram Eduardo e Paulo (que insistia em não chegar). Eles tentaram de tudo, foram além dos seus limites, mas não conseguiram. Paciência.

Luiz, que havia assumido o posto de capitão, perdia a cabeça com as chances desperdiçadas e com os irritantes puxões de camisa dos calouros. O time estava nervoso. Começo de segundo tempo e o o gol não saía. Anderson, continuava a ser um jogador acima da média, mas lhe faltava a sorte dos gênios, que lhe sobrou durante todo a CPF 2009. Num lampejo, conseguiu finalmente romber a quase instransponível barreira do DPC. Finalmente pudemos tirar o grito de gol da garganta. O segundo era uma questão de tempo...

E quem poderia dizer o contrário ao ver tantos outros chutes serem disparados contra a meta dezporcentista? Foi então que o improvável aconteceu. Num petardo de média distância, André24 conseguiu colocar a bola no canto esquerdo da minha meta. Ainda me joguei, pensei conseguir alcançá-la. Em vão. Empate. O segundo e os gols subsequentes ainda eram uma questão de tempo nas nossas cabeças. Faltava perna. Faltava coração na ponta da chuteira (ou dos dedões, no caso dos descalços). Paulo insistia em não chegar. O tempo passava. Sem Cazuza em campo, pará-lo era uma missão ainda mais impossível.

A atenção tinha que ser redobrada. Perdemos o gol mais feito da história do torneio (veja o vídeo). Mas o jogo ainda estava nas nossas mãos. Ledo engano. Aquela bola desviada por Anderson foi tão cruel quanto a morte. Gol contra? Do maior ídolo do time? Contra os calouros? A natureza estava nos dando um belo alerta. Precisávamos recuperar a sede que nos fez reis da CPF. A necessidade do título. Uma incontinência. Não somos e não podemos ser tão facilmente saciados. O campeonato só começo. Ainda dá tempo de gritar:

RAÇA PDF, PORRA!

Este texto (que ficou bem grande, eu sei. Desculpem-me a empolgação) é um relato de uma experiência pessoal. A resenha oficial do blog ainda será publicada. Aguardem!

Ps.: Paulo chegou três minutos depois do jogo perguntando quando começaria. Dá-lhe, Paulo!
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. "Como perdemos este jogo?" é uma pergunta retórica, ou vocês estão esperando uma explicação de um profissional?

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  2. Vendo aqui os registros:

    PDF, maior sequencia de vitórias (8)
    ETC, maior sequencia invicta (9)

    Deixo ainda a proposta lançada pelo Homenageado Afonso de realizar a copa em dois turnos ( primeiro e se gundo semestre)

    Até sabado com a grande estréia de Paulo e o retorno de El gordin

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  3. o PDF ostenta a melhor campanha de um time em uma edição da CPF. No ano passado, em nenhum momento da competição estivemos atrás no placar. Mais ainda: a não contar pelo 0 a 0 que inicia as partidas, em nenhum momento da competição estivemos, sequer, empatados no placar. Começamos vencendo, vencemos durante, e terminamos vencendo todos os 7 jogos. Na final, uma vitória por 8 a 1 contra o fortíssimo time do RUN, favorito esse ano. Sem sombra de dúvidas o time mais brilhante que os gramados da CPF já viram em sua história.

    Mas se a velha máxima é verdadeira, quem vive de passado é museu. O PDF vai recuperar a auto-estima, os pulmões, fígados e tornozelos trincados de seus atletas. Vamos jogar na camaradagem, como sempre jogamos.

    A rede balança, meu amor, nos avise quando for a hora.

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  4. Vamo com calma... vamo com calma..

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  5. Isso tudo porque o DPC, com seu goleiro paredão Romero, mostrou que não é apenas um time de calouros que só quer saber do DA...
    Olha, admiro o PDF, mas ganhar de vocês foi uma delícia...
    HAHAHAHHA
    Até porque metade das pessoas que estavam dentro do campo, mas fora do jogo, pareciam torcer para que um calouro se espatifasse, e os veteranos ganhassem.
    De DPC, só o nome...
    =D

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  6. Ah, o goleiro se chama Romero, galera!!

    Abraços,
    Diogo.

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  7. velho, essa foi as melhores fotos ilustradoras de uma matéria que eu já vi

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