segunda-feira, 10 de maio de 2010

ETC 2 x 4 RUN

Quem achava que o jogo de sábado entre os dois gaviões da primeira rodada seria o preconizado show de emoções, acabou se decepcionando. Apesar de um número considerável de gols e da clara habilidade dos jogadores, o jogo foi bastante travado, com os dois times receosos de levar gols, mas sabendo que alguém acabaria levando. Atravessando a rigidez tática do jogo, só se via a figura do ídolo do RUN, Donida, pincelando os jogadores do ETC para acabar, quase sempre, chutando na trave. Contudo, a persistência do craque valeu, pois acabou marcando três gols para os laranjinhas.

Já a performance do ídolo do ETC, Luís Henrique, foi não menos do que decepcionante. Depois de uma memorável participação no jogo contra os calouros do DPC, onde marcou quatro gols, se esperava que, nesta partida, ele continuasse pedalando como vinha. Em depoimento, o craque declarou que os elogios abertos de Resk fizeram com que ele entrasse cheio de si em campo. "O resultado foi o cadafalso. Só agora começo a desconfiar que foi uma tática psicológica do RUN", declarou o artilheiro. A marcação cerrada do zagueiro Mano, de volta à equipe do RUN também contribuiu bastante para a neutralização de Luís Henrique.

Mesmo fazendo os dois gols do ETC, Perón não se destacou de fato. Com a marcação em cima de Luís Henrique, ele pôde mostrar seu futebol sem que o brilho do astro do ETC o apagasse, porém, desta vez, o jogo deste também aclamado jogador do ETC se resumiu a chutes e trombadas que o levaram ao gol, num misto de habilidade e acaso. Além das cabeçadas de Resk (RUN), que lhe renderam uma concussão cerebral, o que, provavelmente, o deixará menos agitado nos próximos jogos, o último destaque da partida talvez tenha sido o novato do RUN, André Valença. Seguindo fielmente as ordens de Donida, ficou no banco até o fim, não obstante os gritos da torcida feminina do RUN para que entrasse. Aquele banco foi guardado com uma graça e destreza fora do comum, especialmente para uma posição que ainda é desprezada no mundo do futebol.

O fim deste jogo morno, mas, de certa forma, movimentado, seguiu em clima de conciliação entre os dois times. Alguns jogadores do ETC e do RUN fumaram o charuto da vitória, trazido por Luís Henrique de Cuba, que o acendeu com o maior prazer, mesmo tendo perdido. A história deste charuto é bem interessante. Em 1966, Fidel confeccionou, com suas próprias mãos, doze charutos. Todos eles foram distribuídos entre líderes de esquerda do mundo inteiro, inclusive o chileno Salvador Allende. Como este não fumava, guardou o charuto em lugar especial a sua vida inteira, até que, quando morreu, em 1973, sua mulher – conhecida como La Tencha – o devolveu a Fidel. Como esta relíquia foi parar nas mãos de Luís Henrique ainda é um mistério.

Gols: Donida (um no 1° tempo e dois no 2°) e Resk (1º) para o RUN e Péron (duas vezes no 2º tempo) para o ETC
Comentários
7 Comentários

7 comentários:

  1. Pobre Luís Henrique... Foi afrontar o Rei da Paulo Francis, acabou castigado pelos deuses do futebol.

    A bola pune.

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  2. Quem escreveu o texto preferiu falar mal do ETC ao invés de analisar os méritos que o RUN teve na vitória.

    O RUN fez uma partida muito boa. Na minha opinião é favorito ao título. Tem um time disciplinado taticamente e o melhor jogador do campeonato disparado.

    Soube marcar a saída de bola do ETC durante o jogo e ditou o ritmo todo o tempo. Tem grandes méritos nessa vitória.

    Com relação a um possível salto alto meu por causa do comentário de Resk é pura desinformação do autor do texto. Nunca me iludi com comentários elogiosos de ninguém. Sei perfeitamente que "a mão que aplaude é a mesma que apedreja".

    E, por favor, senhor autor do texto, escreva sem criar falsas intrigas. O ETC não tem astro. É um time socialista, baseado num projeto coletivo, sem espaço pra vaidades e egocentrismos burgueses.

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  3. Mago, negócio que da outra vez a gente tomou um choppinho antes e sábado passado não. Separa aquele Rum cubano!!

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  4. Fui eu, André (do RUN), Luís...
    Foi mal. Fiz na tiração de onda. Não achei que estava ofendendo. Nunca fiz uma resenha praqui, era a primeira.

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  5. Relaxa André. Pelo menos pra quem viu o jogo de fora, a resenha tá super imparcial e bem-humorada. Falei com o pessoal da editoria do blog, que tbm gostou.
    abração

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  6. André, velho, não tou chateado. O lance é que, a depender de onde vem, as coisas assumem sentidos diferentes.

    O clima na Paulo Francis, hoje, é muito mais amistoso do que era, há dois, três anos. Por isso, as coisas tem outro sentido. Na verdade, vejo, agora, que foi um erro meu de interpretação.

    Tá tranquilo, velho. E sábado eu levo o charuto, que tou vendo que o negócio dá sorte.

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  7. boa, charuto cura tudo, ainda mais se for o especial de Fidel!

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